Por Marcela Ayres e Isabel Versiani
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou nesta terça-feira que a retomada da economia no pós-coronavírus passará por crescimento mais inclusivo, destacando que há vários países discutindo programas de renda básica.
Ao participar de live promovida pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), ele também citou governança e sustentabilidade como pontos importantes nos processos de ganho de tração na atividade, além de inovação tecnológica.
Por fim, Campos Neto disse que haverá um redesenho do comércio mundial, após o mundo ter se deparado com fragilidade ao constatar que existiam suprimentos muito importantes com produção concentrada em um ou outro país.
"A parte de comércio mundial está sendo, eu acho, redesenhada, não sei se o redesenho vai ser definitivo ou não, essa é uma parte que talvez não seja tão boa", afirmou.
Campos Neto frisou que nesta terça-feira o mundo teve uma boa notícia --o anúncio pela Rússia de que teria desenvolvido uma vacina para a Covid-19-- e outra ruim, de que outros países da Europa começaram a apresentar números elevados de casos do vírus.
"A Espanha hoje registrou 5 mil casos novamente e a gente está vendo um aumento de número de casos em vários países. Alguns chamam isso de segunda onda, mas o fato é que isso gera uma certa insegurança", afirmou.
Ao comentar a retomada do Brasil, Campos Neto ressaltou que o país parece ter um desempenho melhor entre os emergentes e disse esperar que o mercado provavelmente reduza ainda mais um pouco a projeção para a queda do PIB neste ano.