Por Juliana Schincariol
RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas de imóveis residenciais novos na capital paulista dispararam em junho nas comparações anual e mensal, mas os lançamentos recuaram dois dígitos, mantendo a entidade que representa o setor com perspectiva pessimista.
Segundo o Secovi-SP, sindicato da habitação, as vendas somaram 2.588 unidades, valor 141 por cento mais alto do que as 1.072 unidades comercializadas um ano antes, quando a entidade afirmou que o desempenho do mês foi afetado pela realização da Copa do Mundo de futebol, não refletindo a real demanda por imóveis na capital paulista.
Na comparação com maio, o crescimento das vendas foi de 20,4 por cento.
"Não devemos comemorar os resultados de junho, pois a base de comparação para a cidade de São Paulo é fraca e fora da normalidade do mercado. Por isso mesmo, e apesar dos ajustes que o mercado está fazendo, as perspectivas continuam ruins para todos os segmentos econômicos", disse o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, em comunicado divulgado nesta quinta-feira.
Do lado dos lançamentos, houve recuo de 15,6 por cento sobre junho, para 2.036 unidades, segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp) citados pelo Secovi-SP. Na comparação com maio, o número foi 15,3 por cento menor.
"O mercado imobiliário vem se ajustando aos poucos. Abril e maio apresentaram vendas superiores ao mesmo período do ano passado. Além disso, as vendas acumuladas de janeiro a junho deste ano ficaram muito próximas da quantidade de unidades lançadas", disse em nota o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci.
Esta aderência, segundo o Secovi deve-se, principalmente, ao lançamento de produtos de 1 e 2 dormitórios com valor médio mais baixo e que atendem maior parte da demanda.
O estoque de imóveis residenciais na capital paulista caiu 2,4 por centro sobre o mês anterior, para 27.448 unidades.
A entidade afirmou ainda que tem registrado esgotamento de projetos habitacionais aprovados pela prefeitura de acordo com as regras do antigo Plano Diretor da cidade e que os novos projetos, "seguramente, terão custo maior de produção, devido às restrições urbanísticas impostas pela nova legislação".
REGIÃO METROPOLITANA
Nas demais cidades da região metropolitana paulista, que
contabiliza 38 municípios, as vendas em junho somaram 957
moradias, recuo de 58,4 por cento sobre maio e queda de 23,9 por cento na comparação anual. Na mesma base, os lançamentos caíram 60,2 por cento ano a ano e 49,6 por cento sobre o mês anterior.
Segundo o Secovi-SP, a queda no desempenho das vendas das outras cidades pode estar correlacionada com a queda dos lançamentos do mês. Além disso, "as cidades não sofreram os reflexos da realização da Copa do Mundo, em 2014, como a capital", afirmou a entidade.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)