São Paulo, 26 abr (EFE).- O presidente da filial brasileira do Banco Santander, Sergio Rial, disse nesta quarta-feira que o resultado recorde que a entidade obteve no país durante o primeiro trimestre do ano é reflexo de uma melhora no plano macroeconômico.
"O resultado é reflexo de um melhor momento que começamos a ver em termos de estabilidade econômica e indica a passagem desse ponto de inflexão" que significou a crise, afirmou Rial, em um encontro com jornalistas para comentar os resultados do primeiro trimestre.
O Santander Brasil (SA:SANB11) obteve um lucro líquido de R$ 2,28 bilhões (US$ 723 milhões) no primeiro trimestre de 2017, o que representa 37,3% a mais que no mesmo período do ano anterior e um resultado recorde, segundo o modelo contábil brasileiro.
Desta forma, a filial brasileira do banco espanhol registrou crescimento em seu lucro líquido em 12 dos últimos 13 trimestres e passou pela primeira vez da cifra de US$ 2 bilhões.
Em comparação com o trimestre imediatamente anterior, quando o Santander Brasil obteve R$ 1,989 bilhão (US$ 631 milhões), o Santander Brasil experimentou um crescimento de 14,7%.
Os investimentos totais durante o primeiro trimestre do ano foram de R$ 12,577 bilhões (US$ 3,99 bilhões), frente aos R$ 10,582 bilhões (US$ 3,357 bilhões) do mesmo período de 2016, um valor 18,8% maior.
O Brasil liderou até março deste ano os lucros do grupo com uma contribuição que equivale a 26% do total, seguido por Reino Unido (17%) e Espanha (15%), onde fica a matriz do banco.
Quanto aos outros países latino-americanos, o México contribuiu com 7%, o Chile com 6% e a Argentina com 5%.
A taxa de inadimplência em operações vencidas a 90 dias fechou em 2,9%, o menor percentual da série histórica para este indicador e quatro décimos a menos que nos três primeiros meses de 2016 (3,3%).
A carteira de crédito se manteve praticamente estável, com um leve crescimento trimestral de 0,1% e de 3,6% nos últimos 12 meses.
Não obstante, Rial manifestou que "existe espaço ao sistema como um todo" para continuar melhorando em termos de posicionamento de crédito.
"Nossos investimentos crescem com controle dos gastos e dos custos de crédito e há um aumento da produtividade, que está evidente no resultado", acrescentou o diretor do banco espanhol.
Quanto ao cenário macroeconômico, o presidente do Santander Brasil indicou que 2017 "será um ano de maior crescimento" no país "do que indicam as projeções do mercado".
De acordo com a última previsão dos analistas financeiros, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançará este ano 0,43%, depois de dois anos de profunda recessão nos quais a economia despencou mais de 7% no acumulado desses últimos 24 meses, mas Rial se mostrou mais "otimista" em relação a essa previsão.
Além disso, a previsível tendência de redução da taxa básica de juros, que atualmente está em 11,25% e que espera-se que termine 2017 em 8,5%, não representará uma redução nos resultados do banco, segundo Rial, porque setores estratégicos como o imobiliário se recuperarão a partir deste fato.
"A economia começa a amadurecer no sentido de que existe uma agenda política de reformas e estabilidade (...). Começamos a ver uma recuperação dos investimentos no país", assegurou Rial.