SÃO PAULO (Reuters) - O faturamento do setor de máquinas e equipamentos do Brasil avançou 1,7 por cento em julho ante mesmo mês de 2016, para 5,86 bilhões de reais, informou nesta quarta-feira a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Segundo a entidade, o índice de ocupação da capacidade instalada do setor atingiu 73,2 no período, alta de 9,1 por cento sobre um ano antes. Já a carteira de pedidos não acompanhou a tendência e apresentou queda de 8 por cento ano a ano, o suficiente para manter o setor por apenas 2,5 meses.
Segundo a associação, o crescimento pontual na receita não reverte a tendência de forte queda no investimento, que vem afetando o setor, com o consumo aparente recuando 25,4 por cento no acumulado do ano.
"Estamos estagnados. Os pequenos efeitos, de 1 ponto para cima, não são significativos diante da tendência", disse o diretor de competitividade da Abimaq, Mário Bernardini.
De acordo com a Abimaq, o impulso obtido pelas exportações, que cresceram 20 por cento ante julho do ano anterior, e somam alta de 4,7 por cento no acumulado do ano, não é suficiente para indicar uma melhora na indústria.
A taxa de c6ambio, que para a Abimaq deveria girar em torno de 3,90 reais ante o dólar, também contribui para que as receitas não sejam tão altas quanto poderiam.
"Neste ano as exportações ajudaram um pouco na produção física, mas não ajudaram no faturamento, porque o câmbio baixo tira o valor em reais das exportações", acrescentou o diretor.
A perspectiva da associação é de que o faturamento do setor em 2017 fique estável ou caia em até 5 por cento.
"Não vejo nenhuma locomotiva para o crescimento. Posso estimar e torcer para um início de recuperação e crescimento a partir do segundo semestre de 2018", disse Bernardini.
(Por Por Natália Scalzaretto)