Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A atividade do setor de serviços do Brasil cresceu em abril pela primeira vez em pouco mais de dois anos em meio ao constante aumento no volume de novos trabalhos, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta quinta-feira.
O indicador já vinha mostrando perda de força da contração e em abril chegou a 50,3, ante 47,7 em março, primeira vez acima do nível de 50 que separa crescimento de contração desde fevereiro de 2015.
O IHS Markit, que compila a pesquisa, destacou que houve em abril níveis mais altos de produção nos subsetores de Intermediação Financeira, de Hotéis e Restaurantes e de Correios e Telecomunicações.
Esse foi o terceiro mês seguido em que houve aumento no nível de trabalhos recebidos pelos prestadores de serviços do Brasil, chegando ao ponto mais forte desde fevereiro de 2015. A alta no volume de novos pedidos aconteceu em cinco dos seis subsetores monitorados, sendo Hotéis e Restaurantes a exceção.
Apesar do cenário apontando melhora, houve novos cortes de empregos devido às tentativas de controle de custo. Porém o ritmo de cortes em abril foi o mais fraco desde agosto de 2015, e só foi notada aceleração dos cortes de vagas em Hotéis e Restaurantes.
Em relação aos custos, os fornecedores de serviços do país pagaram preços mais altos por combustíveis, energia e matérias-primas, e com isso as empresas elevaram seus preços de venda, encerrando sequência de 12 meses de descontos.
Os preços dos produtos aumentaram em três das seis áreas monitoradas --Transporte e Armazenamento, Correios e Telecomunicações e outros Serviços.
As empresas relataram expectativa de crescimento do volume de produção ao longo dos próximos 12 meses, diante de taxas de juros mais baixas, expectativa de recuperação econômica, consumo mais elevado e reformas políticas
Por outro lado, alguns entrevistados mencionaram que a recuperação lenta, o encerramento de algumas operações, as perturbações políticas e as eleições de 2018 representam uma ameaça para as perspectivas de negócios.
O PMI da indústria apontou também o primeiro crescimento em pouco mais de dois anos, o que levou PMI Composto do Brasil a subir a 50,4, sobre 48,7 em março, primeira vez em território de expansão em 26 meses.
"É encorajador ver a economia do Brasil em alta após uma contração prolongada. Além disso, a notícia positiva de expansão da produção foi equilibrada nos setores de serviços e indústria", apontou a economista do IHS Markit Pollyanna De Lima.