BRASÍLIA (Reuters) - O secretário do Tesouro, Bruno Funchal, reforçou nesta terça-feira a importância de o país não tornar permanentes gastos públicos feitos em 2020 para o enfrentamento da crise da pandemia de Covid-19, ressaltando que as escolhas que serão feitas ao longo do próximo um mês e meio vão determinar o rumo da economia nos anos à frente.
"Tão importante quanto as próprias reformas, para voltar a colocar o Brasil no trilho e manter um ambiente econômico saudável, é a virada de página. Acho que esse momento de final do ano é fundamental para definir muito do que vai acontecer nos próximos dez anos da economia brasileira", disse Funchal na abertura do Encontro com as Setoriais de Contabilidade do Governo Federal.
"Não podemos ter um Orçamento paralelo em 2021, a gente tem que voltar à normalidade em 2021. Essa volta é tão importante como a própria continuidade do processo das reformas estruturais", acrescentou, ressaltando que, no passado, a perenização de gastos criados para lidar com problemas temporários causou um estrago "muito grande".
Funchal destacou que, se antes da crise da pandemia o país estava reorganizando suas contas e caminhava para voltar a computar superávits primários em 2022 ou 2023, a previsão agora é de chegar ao final deste ano com um déficit primário de 11% a 12% do PIB.
"A reorganização fiscal passa a ser mais importante do que nunca, e nisso é importante a gestão", afirmou.
(Por Isabel Versiani)