Washington, 30 set (EFE).- Apesar da retração de 0,7%, a economia
dos Estados Unidos teve um comportamento melhor no segundo trimestre
de 2009 do que o estimado, o que segundo os especialistas significa
o caminho de uma lenta recuperação.
O Departamento de Comércio, em seu terceiro e definitivo calculo
do Produto Interno Bruto (PIB) de abril a junho, obteve uma taxa
anual de retração de 0,7%, quando o índice anterior revelava um
crescimento negativo de 1%.
Apesar de a contração ser menor que a temida no segundo
trimestre, a recessão que começou em dezembro de 2007 foi a mais
profunda sentida pelos Estados Unidos desde o final da Segunda
Guerra Mundial.
Como mostra, destaca o fato de que entre o segundo trimestre de
2008 e o segundo deste ano, a queda do PIB alcançou o percentual de
3,8%, o maior até agora.
"Certamente a economia chegou ao fundo do poço no segundo
trimestre", declarou Michelle Meyer, economista de Barclays Capital
em Nova York à Agência Efe.
"As empresas estão agora em melhor forma para retomar a produção.
Mas a enorme despesa do Governo sustentou o crescimento, e seguirá
ajudando", acrescentou.
O Governo divulgará em 29 de outubro o cálculo inicial do PIB do
terceiro trimestre. A maioria dos analistas acredita que no período
o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 3,6%.
Um dos fatores que melhorou os dados do segundo trimestre foi uma
medição mais precisa do impacto do plano de estímulo econômico que o
Congresso aprovou e o presidente Barack Obama promulgou em
fevereiro.
Mark Vitner, economista de Wells Fargo Advisors, opinou que os
dados do segundo trimestre "deixaram o cenário pronto para uma
recuperação mais firme no terceiro".
"O plano de estímulo aparentemente fluiu um pouco melhor que o
esperado", acrescentou. "Os Governos estaduais e locais estavam com
muitas dificuldades e quando o estímulo teve início o alívio foi
imediato".
O gasto público, incluído o dos diferentes estados, cresceu 6,7%
entre abril e junho, o maior ritmo de aumento desde o quarto
trimestre de 1966, quando os EUA estavam imersos na Guerra do
Vietnã.
A despesa do Governo federal no segundo trimestre de 2009 cresceu
11,4%, incluído um aumento de 14% na despesa militar.
Segundo os números do Departamento de Comércio, nesses três
meses, a despesa do Governo contribuiu com 1,3 pontos percentuais no
PIB.
O índice de preços vinculado ao PIB e excluídos os preços dos
alimentos e os combustíveis, uma medida da inflação à qual empresta
muita atenção o Federal Reserve (Fed, banco central americano) no
manejo da política monetária, subiu a uma taxa anualizada de 2% no
segundo trimestre.
Em um ano aumentaram 1,6%, o que supõe o número mais baixa desde
o quarto trimestre de 2003. Este dado sustenta à política monetária
do Federal Reserve, que manteve a taxa básica de juros entre 0 e
0,25% desde dezembro de 2008.
Por sua vez, a despesa dos consumidores, que nos EUA representa
quase 70% do PIB, caiu a uma taxa anualizada de 0,9% segundo o
cálculo definitivo, um décimo menor do que se tinha calculado
previamente.
A despesa dos consumidores reduziu 0,6 de ponto percentual no PIB
do segundo trimestre.
O comércio exterior fez uma contribuição positiva de 1,7 pontos
percentuais no PIB.
Entre abril e junho, as exportações caíram 4,1% contra 5% no
cálculo preliminar, e as importações despencaram 14,7%. EFE