Washington, 29 jul (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a pedir nesta segunda-feira um corte nas taxas de juros e lamentou que, enquanto União Europeia (UE) e China reduzirão as taxas, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) "provavelmente fará pouco em comparação".
"UE e China reduzirão ainda mais as suas taxas de juros e injetarão mais dinheiro em seus sistemas, tornando muito mais fácil para seus fabricantes a venda dos seus produtos. Enquanto isso, e com inflação muito baixa, nosso Fed não faz nada, e provavelmente fará pouco em comparação. Que pena", escreveu Trump no Twitter às vésperas da reunião do Fed.
O Comitê de Mercado Aberto do Fed, que dirige a política monetária, se reunirá amanhã e na quarta-feira. A maioria dos analistas espera que haja uma redução de 0,25% na taxa básica de juros, o que seria a primeira redução em uma década.
Trump criticou durante meses o Fed e seu presidente, Jerome Powell, por sua política monetária e reivindicou uma redução da taxa de juros, que atualmente está entre 2,25% e 2,5%.
Na sexta-feira passada, o governo informou que a atividade econômica dos EUA tinha crescido, segundo o primeiro cálculo do produto interno bruto (PIB), a um ritmo anual de 2,1% no segundo trimestre, depois de uma alta de 3,1% nos três meses anteriores.
Embora esse número indique uma desaceleração do crescimento, foi melhor do que os cálculos de analistas que esperavam uma taxa de crescimento de 1,9%.
A despesa dos consumidores, que nos EUA representa dois terços da atividade econômica, aumentou 4,3%, frente ao 1,1% registrado no primeiro trimestre, enquanto o investimento fixo empresarial caiu 0,8%, a maior queda trimestral em três anos.
Trump chegou à Casa Branca com a promessa de levar o país a um crescimento sustentado acima dos 3% anuais, algo que por enquanto não cumpriu. Para isso, o presidente aprovou uma multimilionária reforma tributária que incluiu grandes reduções de impostos para as empresas e em menor medida para os trabalhadores.
O governante insistiu que o Fed deveria baixar os juros para impulsionar a atividade econômica e classificou como "um erro" o último aumento, em dezembro do ano passado.
Nos últimos meses, a economia americana deu sinais sobre o seu estado. Por um lado, o mercado de trabalho mantém seu vigor, com um índice de desemprego abaixo de 4%, o melhor nível em 50 anos, enquanto a inflação se mantém contida e abaixo da meta anual de 2% marcada pelo Fed.