PEQUIM (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira que os protestos pró-democracia em Hong Kong são uma questão "complexa" e que a mensagem primordial enviada pelos EUA é para que se garanta o não uso da violência.
Sem chegar a denunciar o modo como a China tem lidado com a crise, Obama disse que os EUA não iriam parar de se pronunciar sobre a questão dos direitos humanos na China e a situação em Hong Kong, porque os EUA possuem interesses na região.
"Não esperamos que a China siga um modelo norte-americano em todas as instâncias, mas vamos continuar a nos preocupar sobre os direitos humanos... Nossa mensagem primordial tem que ser garantir que a violência seja evitada", disse Obama em visita Pequim.
Manifestantes pró-democracia ocupam bairros de importância econômica e política de Hong Kong, antiga colônia britânica hoje controlada pela China, ao longo das últimas seis semanas. Liderados por uma inconformada geração de estudantes, os manifestantes demandam eleições plenamente democráticas para o novo chefe do Executivo da cidade em 2017, em vez de votarem em candidatos pré-aprovados por Pequim, como previsto.
Os protestos pacíficos, que a China tem classificado como ilegais, reuniram bem mais do que 100 mil pessoas durante a fase mais aguda e agora se concentram em duas áreas-chave da cidade --o distrito de Admiralty, próximo aos prédios governamentais, e ao longo Mong Kokm, região portuária.
O impasse tem crescido nas últimas semanas entre os manifestantes e autoridades do governo de Hong Kong, com ambos os lados recuando em meio à insatisfação da população da cidade, cada vez mais frustrada com o trânsito travado em torno do bairro financeiro.
A China administra Hong Kong sob a lógica de "um país, dois sistemas" desde que a Grã-Bretanha devolveu o território para o governo de Pequim em 1997. O sistema permite uma ampla autonomia e liberdades que não existem no restante do país.
(Reportagem de Matt Spetalnick)