Por Caroline Aragaki
SÃO PAULO (Reuters) - O banco suíço UBS reduziu nesta sexta-feira sua previsão para o desempenho da economia brasileira em 2020, passando a ver contração de 2%, ante estimativa anterior de crescimento de 0,5%, devido à expectativa de um fraco primeiro semestre e a uma possivelmente apática recuperação à frente.
O UBS projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil sofrerá um tombo de 20% no segundo trimestre sobre os três meses anteriores. Entre janeiro e março, a queda será de 3,6%.
Antes, o banco estimava retração de 15% e 1%, respectivamente.
A instituição financeira projeta um segundo semestre com números melhores, com o PIB crescendo 17% no terceiro trimestre e 5% no quarto.
Mesmo prevendo expansão da economia em 2021, o UBS rebaixou a projeção --agora, o banco prevê alta de 3% do PIB no ano que vem, contra 4,9% antes.
"Esse cenário pressupõe que as formas mais intensas de distanciamento social começam a terminar em maio. Uma extensão para além de maio provavelmente levará a um crescimento abaixo do previsto", afirmaram os economistas Fabio Ramos e Tony Volpon, em relatório.
Na quinta-feira, o Bank of America (BofA) também piorou suas estimativas para a economia brasileira, esperando que o PIB retraia 3,5% em 2020, ante expectativa anterior de redução de 0,5%.
O BofA rebaixou ainda a projeção para a Selic a 2,75%. A taxa básica está em 3,75% ao ano, já uma mínima recorde. O UBS já havia cortado sua estimativa para o juro, passando a ver a Selic em 3,00% nos próximos meses.