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Vendas de combustíveis pressionam e varejo do Brasil tem estabilidade em julho após 3 altas

Publicado 12.09.2017, 10:11
© Reuters. Consumidora observa loja de sapatos no centro de São Paulo

Por Rodrigo Viga Gaier e Thais Freitas

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - As vendas no varejo do Brasil interromperam três meses de altas e apresentaram estabilidade em julho na comparação com o mês anterior, num resultado abaixo da expectativa devido à queda na comercialização de combustíveis como resultado da demanda fraca.

Sobre o mesmo mês de 2016, as vendas tiveram alta de 3,1 por cento, o melhor resultado nessa base de comparação desde maio de 2014 (4,6 por cento), segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ambos os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,1 por cento na comparação mensal e de avanço de 3,5 por cento sobre um ano antes.

O IBGE informou que a atividade de Combustíveis e Lubrificantes foi a que mais pressionou o resultado de julho ao recuar 1,6 por cento sobre o mês anterior.

"A redução nas vendas de combustíveis tem a ver com o menor nível de atividade econômica, que reduz a demanda, e com a renda ainda comprometida, embora com sinais de ligeira melhora. Muita gente está buscando transporte público e deixando mais o carro em casa", explicou a gerente do IBGE Isabella Nunes.

A queda nas vendas de combustíveis compensou a alta de 0,7 por cento em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, atividade que vem mostrando melhora diante do aumento da massa salarial.

De acordo com Isabella, do IBGE, o movimento de estabilidade das vendas no varejo em julho é normal após três meses de alta, e o ambiente de inflação e juros baixos no país favorecem o comércio.

"Temos inflação em baixa, os recursos do FGTS, além da massa salarial maior, que criam um ambiente de mais compras. Há uma aumento de liquidez. O setor de super e hipermercados costuma ser o primeiro a reagir", afirmou ela.

O varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, avançou 0,2 por cento em relação a junho, com destaque para a alta de 0,9 por cento nas vendas de materiais de construção.

O Banco Central vem reduzindo a taxa básica desde outubro e na semana passada cortou a Selic para 8,25 por cento. Juros mais baixos barateiam o crédito, o que vem ajudando a estimular o consumo. [nL2N1LN2LC]

A economia vem dados sinais de recuperação como o crescimento de 0,2 por cento do Produto Interno Bruto no segundo trimestre sobre o primeiro, acima do esperado.[nL2N1LI0O9]

Veja as variações mensais dos segmentos no varejo (%):

Atividade Junho Julho

.Comércio Varejista +0,9 0,0

1.Combustíveis e lubrificantes +1,2 -1,6

2.Hipermercados, supermercados,

produtos alimentícios e bebidas -0,3 +0,7

3.Tecidos, vestuário e calçados +6,1 +0,3

4.Móveis e eletrodomésticos +2,1 0,0

5.Artigos farmacêuticos e perfumaria +1,3 -0,4

6.Livros, jornais e papelaria +5,1 0,0

7.Equipamentos, material escritório

e comunicação -2,3 +4,4

8.Outros artigos de uso doméstico +2,8 -0,2

.Comércio Varejista Ampliado +2,3 +0,2

9.Veículos, motos, peças e partes +4,2 -0,8

10.Material de construção +1,1 +0,9

© Reuters. Consumidora observa loja de sapatos no centro de São Paulo

(Edição de Camila Moreira)

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