WASHINGTON (Reuters) - As vendas no varejo dos Estados Unidos se recuperaram em fevereiro, impulsionadas por aumentos nas concessionárias de automóveis e nos postos de gasolina, mas os gastos dos consumidores estão diminuindo à medida que as famílias enfrentam a inflação e os custos mais altos dos empréstimos.
As vendas no varejo aumentaram 0,6% no mês passado, informou o Departamento de Comércio nesta quinta-feira. Os dados de janeiro foram revisados para baixo, mostrando que as vendas caíram 1,1%, em vez de 0,8% conforme informado anteriormente.
Economistas consultados pela Reuters previram que as vendas no varejo, que são principalmente de bens e não são ajustadas pela inflação, aumentariam 0,8% em fevereiro.
Em janeiro, as vendas foram prejudicadas, em parte, pelas temperaturas frias e pelas dificuldades de ajustar os dados às flutuações sazonais. Com esses fatores em grande parte fora do conta, as vendas estão voltando a um padrão mais normal.
As vendas varejista excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços de alimentação ficaram inalteradas em fevereiro.
Essa medida do núcleo de vendas no varejo é a que mais se aproxima do componente de gastos do consumidor no Produto Interno Bruto. O núcleo das vendas de janeiro foi revisado para mostrar uma queda de 0,3%, em vez de 0,4%, conforme informado anteriormente.
Os gastos do consumidor estão esfriando no primeiro trimestre, depois de terem ajudado a alimentar o crescimento econômico no trimestre de outubro a dezembro. Entretanto, os gastos continuam a ser sustentados por um mercado de trabalho bastante apertado. Economistas não veem uma recessão iminente.
Os gastos dos consumidores estão se mantendo apesar da inflação mais alta, embora as famílias estejam se concentrando cada vez mais em itens essenciais e reduzindo os gastos discricionários. O Federal Reserve aumentou a taxa de juros em 525 pontos-base, para a faixa atual de 5,25% a 5,50%, desde março de 2022. A expectativa é de que o banco central dos EUA comece a cortar as taxas em junho.
Um relatório separado do Departamento do Trabalho mostrou nesta quinta-feira que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego estadual caíram em 1.000, para 209.000 em dado ajustado sazonalmente, na semana encerrada em 9 de março. Os economistas haviam previsto 218.000 pedidos na última semana.
(Reportagem de Lucia Mutikani)