WASHINGTON (Reuters) - As vendas no varejo dos Estados Unidos cresceram inesperadamente em setembro, mas há temores de que as restrições de oferta possam atrapalhar a temporada de compras de Natal em meio à contínua escassez de veículos e outros bens.
As vendas no varejo subiram 0,7% no mês passado, informou o Departamento de Comércio nesta sexta-feira. Os dados de agosto foram revisados para cima, mostrando que as vendas no varejo aumentaram 0,9%, em vez de 0,7%, conforme publicado anteriormente.
Economistas consultados pela Reuters previam queda de 0,2% nas vendas no varejo.
A contínua escassez mundial de microchips está forçando as montadoras a cortarem a produção, levando a uma escassez de estoque, o que está elevando os preços e limitando a escolha dos compradores. Outros bens também são escassos em meio ao congestionamento dos portos devido à falta de trabalhadores.
As vendas no varejo são principalmente de bens, com serviços como saúde, educação, viagens e hospedagem compondo a outra parte dos gastos dos consumidores. Restaurantes e bares são as únicas categorias de serviços incluídas no relatório de vendas no varejo.
"Embora as visitas a restaurantes e lojas ainda não tenham ultrapassado seu platô do verão (no Hemisfério Norte), os dados de alta frequência de transações em cartão sugerem que os gastos continuam sólidos", disse Sam Bullard, economista sênior do Wells Fargo em Charlotte, Carolina do Norte.
Excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços alimentícios, as vendas no varejo subiram 0,8% no mês passado, após alta de 2,6% revisada para cima em agosto. O chamado núcleo das vendas corresponde mais de perto ao componente dos gastos dos consumidores no Produto Interno Bruto (PIB). Antes, a estimativa era de alta de 2,5% em agosto.
Economistas acreditam que os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, quase estagnaram no terceiro trimestre, após um crescimento anualizado robusto de 12,0% no período de abril a junho. As estimativas de crescimento dos gastos do consumidor para o terceiro trimestre estão em torno de 2,0%.
(Por Lucia Mutikani)