Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização de combustíveis e de materiais para escritório caiu com força em janeiro e as vendas no varejo iniciaram o ano com resultado bem pior do que o esperado, mais um sinal de lenta recuperação da economia.
As vendas varejistas tiveram queda de 0,7 por cento no primeiro mês do ano sobre dezembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. A expectativa em pesquisa da Reuters era de avanço de 0,60 por cento.
Sobre um ano antes, o setor despencou 7 de por cento, bem pior do que a projeção de recuo de 4,15 por cento contra
"Os (setores) que caíram refletem uma conjuntura desfavorável para economia", afirmou a coordenadora da pesquisa no IBGE, Isabella Nunes. "O ambiente interno melhorou um pouco por conta de inflação e juros, mas há pressão forte que vem de mercado de trabalho, com desemprego alto e renda em baixa", acrescentou.
Após recorde de perdas e quedas generalizadas em 2016, quando as vendas no varejo encolheram 6,2 por cento, o varejo restrito apresentou perdas generalizadas em janeiro.
Enquanto a comercialização de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação recuou 4,8 por cento, as vendas de Combustíveis e lubrificantes caíram 4,4 por cento.
No início do mês, a Petrobras (SA:PETR4) anunciou aumento nos preços do diesel nas refinarias, reduzindo-os apenas no final de janeiro.
"Os combustíveis são reflexo também do menor ritmo da ativadade. Com a economia devagar, há menos transportes de cargas, fretes e mercadorias", afirmou Isabella.
Na outra ponta, as vendas de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, atividade de maior peso na estrutura do varejo, apresentou avanço de 0,2 por cento no período.
O IBGE informou ainda que o varejo ampliado --que inclui veículos e material de construção--, registrou queda de 0,2 por cento em janeiro, com recuo de 0,8 por cento nas vendas de Material de Construção.
Tanto a confiança do consumidor quanto a do comércio medidas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) melhoraram nos dois primeiros meses do ano, favorecidas ainda pela redução dos juros que o Banco Central vem promovendo, com queda da Selic para 12,25 por cento.