(Reuters) - Os contratos para comprar moradias usadas nos Estados Unidos caíram pelo segundo mês seguido em fevereiro, sinalizando esfriamento do mercado imobiliário nos meses à frente diante da aceleração dos preços em meio à oferta apertada e alta das taxas hipotecárias.
A Associação Nacional de Corretores informou nesta quarta-feira que seu Índice de Vendas Pendentes de Moradias, com base em contratos assinados no mês passado, despencou 10,6% a 110,3, com os contratos caindo em toda as quatro regiões.
Economistas consultados pela Reuters previam que os contratos imobiliários pendentes, que se transformam em vendas depois de um ou dois meses, cairiam 2,6% em fevereiro. Em comparação com o ano anterior, as vendas pendentes de moradias caíram 0,5% em fevereiro. Os contratos haviam subido por oito meses consecutivos em relação aos mesmos períodos do ano anterior.
A queda nos contratos sugere que as vendas de moradias usadas poderiam cair ainda mais em março, após uma perda acentuada em fevereiro. A oferta de casas existentes está em uma mínima recorde.
A hipoteca de taxa fixa de 30 anos subiu para uma máxima em nove meses de 3,17%, de acordo com dados da agência de financiamento hipotecário Freddie Mac. Embora as taxas de hipotecas permaneçam historicamente baixas, o aumento sustentado desde fevereiro está contribuindo para tornar a aquisição de uma casa mais cara para quem compra pela primeira vez.
As taxas de hipotecas subiram em linha com os rendimentos dos Treasuries, que têm disparado em antecipação a um crescimento econômico mais forte este ano e uma inflação mais alta.
A demanda por moradias está sendo impulsionada pelos norte-americanos que buscam mais espaço para escritórios em casa, à medida que a pandemia de Covid-19 se arrasta. Mas as construtoras estão sendo limitados pelos preços recordes da madeira, bem como pela escassez de terra e mão-de-obra.
(Por Lucia Mutikani)