Por Benoit Van Overstraeten e Elizabeth Pineau
PARIS (Reuters) - O rei Charles, do Reino Unido, cancelou nesta sexta-feira uma visita de Estado à França depois que os protestos de rua contra a nova lei previdenciária do presidente francês, Emmanuel Macron, causou alguns dos piores atos de violência urbana vistos em anos em todo o país.
O adiamento será uma grande derrota para Macron, que esperava que a visita do monarca marcasse um passo simbólico nos esforços dos dois países para retomar as relações após anos de tensão pós-Brexit.
Charles deveria viajar para a França no domingo por três dias antes de seguir para a Alemanha, um itinerário que foi visto como uma vitória para o presidente francês, que busca se posicionar como o principal líder da Europa.
A visita do rei deveria incluir um luxuoso banquete no Palácio de Versalhes e o adiamento aumentará a pressão sobre Macron para encontrar uma saída para uma crise sobre seus planos de aumentar a idade de aposentadoria, que tem visto alguns dos piores distúrbios na França desde a rebelião dos "coletes amarelos" em 2018 e 2019.
"A visita de Estado do rei e da rainha consorte à França foi adiada. Suas Majestades esperam ansiosamente a oportunidade de visitar a França assim que as datas puderem ser remarcadas", disse um porta-voz do Palácio de Buckingham.
Uma fonte do gabinete do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse que Macron pediu o cancelamento da visita.
A Presidência francesa disse que foi uma decisão conjunta tomada pelos governos britânico e francês depois que os sindicatos convocaram mais um dia de greves e manifestações nacionais durante a visita do rei.
Uma fonte do Palácio de Buckingham disse que a viagem de Charles à Alemanha ocorrerá conforme planejado.
(Reportagem adicional de Dominique Vidalon e Michael Holden)