Investing.com - A presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, disse nesta quarta-feira (14/6) que a economia dos EUA irá crescer em ritmo moderado nos próximos anos, garantindo, assim, o aumento das taxas de juros.
Em entrevista coletiva, Yellen reconheceu que a queda na inflação ao consumidor fez com que a taxa de curto prazo ficasse abaixo da meta de 2% ao ano do Fed, mas que acredita que o movimento foi provocado por questões pontuais e não deve ser uma tendência.
“O emprego está perto de seu nível máximo e o comitê prevê que a inflação suba e se estabilize perto dos 2% durante os próximos anos”, disse.
Yellen reiterou que o banco central dos EUA vai seguir com sua política monetária para garantir o crescimento da economia, mas alertou que um período excessivamente longo de taxas baixas pode provocar uma elevação brusca mais à frente.
A presidente do Fed não revelou o início do plano de redução no balanço do Fed, mas que a política poderia começar imediatamente.
Hoje o Fed informou que reduzirá os ativos inicialmente em US$ 10 bilhões ao mês - US$ 6 bilhões em títulos do tesouro dos EUA e US$ 4 bilhões em títulos de hipotecas. A cada três meses o montante será ampliado nos mesmos US$ 10 bilhões, alcançando em 12 meses o valor de US$ 50 bilhões - US$ 30 bilhões em títulos do tesouro e US$ 20 bilhões em hipotecas. Leia o comunicado do Fed, em inglês.
Na decisão de hoje, o banco anunciou o aumento da taxa de juros dos EUA para 1%-1,25% ao ano como o esperado. Esse foi a terceira elevação desde dezembro e os diretores do Fed têm apontado para mais uma alta de taxas neste ano.
Os investidores não acreditam ainda em mais uma alta, segundo Monitor da Taxa de Juros do Fed do Investing.com.
A votação de hoje não foi unânime com a opção do presidente do Fed de Minneapolis que optou por manter as taxas de juros estáveis.
Apesar do tom já conhecido do comunicado após a reunião, o FOMC indicou ter uma preocupação com uma redução na inflação dos EUA. O PCE, índice acompanhado pelo Fed, deverá ficar em 1,6% neste ano, contra previsão anterior de 1,9%; enquanto o núcleo da inflação ao consumidor deverá ser de 1,7% menor do que os 1,9% projetados. O último número, divulgado no final de março, mostrou PCE de 2,0% contra expectativa de 2,1%. Já o desemprego deverá encerrar 2017 a 4,3% redução ante expectativa anterior de 4,5%.
Mais cedo, os dados de inflação ao consumidor dos EUA decepcionaram com deflação mensal de 0,1% em maio, contra previsões de alta de 0,1%, o que levou o acumulado de 12 meses a 1,9%, ante expectativa de 2,0%. O núcleo ficou em 0,1%, menor do que os 0,2% projetados, e o núcleo em 12 meses somou 1,7%, abaixo dos 1,9% esperados.