Londres, 28 jun (EFE).- O Governo britânico voltou a dizer nesta quinta-feira que continuará garantindo que a soberania do Reino Unido sobre seus territórios ultramarinos, incluindo Gibraltar e Ilhas Malvinas, seja defendida, assim como o direito das populações locais à autodeterminação.
No chamado "Livro Branco dos Territórios de Ultramar", publicado nesta quinta-feira pelo Ministério de Exteriores britânico, é analisada pela primeira vez desde 1999 a situação e a relação das 14 colônias do Reino Unido com a metrópole.
"Continuaremos garantindo que nossa soberania sobre esses territórios é defendida frente a todos os desafios, assim como o direito de autodeterminação dos que vivem nele como cidadãos britânicos", diz o documento assinado pelo primeiro-ministro David Cameron e pelo ministro de exteriores, William Hague.
"No Atlântico sul, o exercito britânico manterá sua postura de defesa das Malvinas e outras ilhas britânicas. Não haverá um enfraquecimento da postura do Governo nesse sentido", acrescenta o livro.
O ministro das Relações Exteriores diz na introdução que o documento foi elaborado "para fortalecer o compromisso britânico e seus vínculos com os territórios ultramarinos", que incluem além de Gibraltar e Malvinas, ilhas do Caribe, como as Caimán, Montserrat e Bermudas, e do Pacífico, como Santa Helena e Ilha de Ascensão, assim como duas bases aéreas no Chipre e uma ampla extensão na Antártida.
Hague considerou que a publicação do Livro Branco, o primeiro em mais de uma década, demonstra a importância que o Governo de coalizão entre conservadores e liberaldemocratas dá a esses territórios.
O documento, de 123 páginas e que inclui fotos como a de uma típica cabine de telefone inglesa nas ruas de Gibraltar, analisa aspectos como defesa, economia, meio ambiente e assuntos sociais dos territórios, que são classificados como "pequenas comunidades, mas grandes sociedades".
O documento sustenta que cada um desses diversos territórios tem uma relação diferente com o Reino Unido, mas formam um "domínio indivisível".
O relatório elaborado pelo Foreign Office, o Ministério do Interior britânico, dedica um trecho a cada um dos 14 territórios nos quais são apresentados dados sobre sua história, população, economia assim como sua histórica relação com o Reino Unido.
Em relação às Malvinas, o documento informa que a Argentina continua com a reivindicação do território, mas que "o Reino Unido não tem dúvida sobre sua soberania", que é baseada no princípio de autodeterminação.
"Não pode haver negociação sobre a soberania das ilhas até que seus habitantes desejem isso", argumenta o documento, que lembra que em 12 de junho o Governo das Malvinas anunciou a realização de um plebiscito no status político do arquipélago.
Quanto a Gibraltar, o Livro Branco afirma que o Governo britânico nunca negociará a soberania com nenhum Estado se isso for contra os desejos de seus habitantes. EFE