OUAGADOUGOU (Reuters) - Um ministro do governo de transição de Burkina Fasso visto como próximo do gabinete do ex-presidente Blaise Compaoré renunciou nesta terça-feira depois de dois dias de protestos contra sua nomeação, informou o gabinete do primeiro-ministro.
A renúncia é um teste precoce para os novos líderes do país do oeste da África, o presidente, Michel Kafando, e o premiê, o tenente-coronel Isaac Zida, que irão conduzir a nação até as eleições planejadas para 2015.
Compaoré renunciou e fugiu do país no fim de outubro em meio a manifestações contra sua tentativa de emendar a Constituição para ampliar seus 27 anos no poder. Um breve governo militar se instalou sob o comando de Zida, que acabou cedendo à pressão da União Africana para entregar o poder a um governante civil.
O ministro da Cultura e do Turismo, Adama Sagnon, indicado para o governo interino de 26 membros no fim de semana, apresentou sua renúncia, que foi aceita, nesta terça-feira.
Mais cedo, centenas marcharam diante do seu ministério e o acusaram de não fazer o suficiente para investigar o misterioso assassinato do proeminente jornalista investigativo Norbert Zongo em 1998.
Sagnon, que nega qualquer má conduta no caso Zongo, era promotor em 2006, quando o caso foi encerrado.
Burkina Fasso, país produtor de algodão que tenta desenvolver seu setor de mineração, vem atuando como um aliado essencial do Ocidente contra militantes islâmicos no árido cinturão de Sahel, no sul do Sahara.
A França tem uma unidade de forças especiais sediada em Burkina Fasso como parte de uma operação regional antiterrorista.
(Reportagem de Mathieu Bonkoungou e David Lewis)