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Publicado 25.11.2024, 08:00
© Reuters.
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Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo

Investing.com -- Wall Street está começando a nova semana em tom positivo, com os investidores digerindo a provável nomeação de Scott Bessent como o novo Secretário do Tesouro. O setor de varejo americano estará em foco antes do feriado de Ação de Graças, enquanto o gigante bancário italiano UniCredit busca outra aquisição. No Brasil, expectativa para anúncio de medidas de ajuste fiscal nesta semana.

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1. Bessent é indicado como Secretário do Tesouro dos EUA

Na sexta-feira, o presidente eleito Donald Trump indicou o gestor de fundos Scott Bessent para ser seu novo Secretário do Tesouro dos EUA, e a decisão foi recebida favoravelmente, já que ele é visto como um candidato convencional e não como um desconhecido.

Bessent passou sua carreira na área financeira, trabalhando para o bilionário de investimentos em macro George Soros e para o famoso vendedor a descoberto Jim Chanos, além de fundar o Key Square (NYSE:SQ) Group, uma empresa global de investimentos em macro. Ele foi consultor econômico da campanha presidencial de Trump em 2024.

Em uma entrevista ao Wall Street Journal, publicada no domingo, Bessent indicou que priorizará o cumprimento das promessas eleitorais de redução de impostos, incluindo tornar permanentes os cortes de impostos do primeiro mandato de Trump, bem como eliminar impostos sobre gorjetas, benefícios de seguridade social e pagamento de horas extras.

Bessent disse, na entrevista, que também se concentraria na promulgação de tarifas, embora também tenha afirmado que elas deveriam ser objetivos "gradualmente", enquanto os níveis de tarifas mencionados, como 60% sobre os produtos chineses, eram posições "maximalistas" que poderiam ser atenuadas.

Em várias aparições na mídia, ele falou em reduzir o déficit orçamentário para 3% do PIB e lidar com a montanha de dívidas dos EUA, em grande parte por meio de cortes nos gastos. Dito isso, o montante de gastos discricionários a serem cortados é trivial em comparação com os gastos essenciais, como o Medicare e a defesa. Os rendimentos dos títulos dos EUA caíram após sua nomeação, arrastando o dólar para baixo, enquanto os futuros do índice de ações subiram em Wall Street.

Os futuros de ações dos EUA subiram na segunda-feira, dando continuidade ao tom positivo da semana anterior, antes do feriado de Ação de Graças na quinta-feira.

Às 7h57, o contrato Dow futuros ganhava 0,65%, o S&P 500 futuros subia 25 pontos, ou 0,49%, e o Nasdaq 100 futuros subia 0,59%.

Os principais índices de referência registraram semanas positivas na semana passada, com o Dow Jones Industrial Average avançando cerca de 2% para terminar em um fechamento recorde. O S&P 500, de base ampla, e o Nasdaq Composite, de alta tecnologia, subiram cerca de 1,7% cada.

O principal foco econômico desta semana será o PCE de quarta-feira, o indicador preferido do Federal Reserve para a inflação subjacente.

Os recentes dados de inflação teimosos fizeram com que o Fed adotasse uma postura cautelosa em relação a novos cortes nas taxas de juros.

Embora os EUA devam divulgar os dados de novembro sobre os preços em consumidor e produtor antes da próxima reunião do Fed, em 17 e 18 de dezembro, este será o último relatório do PCE antes disso.

VEJA: Calendário Econômico do Investing.com

2. Setor de varejo em destaque nos EUA

O setor de varejo estará no centro das atenções nesta semana de feriado encurtado, com o feriado de Ação de Graças dos EUA na quinta-feira e a Black Friday seguinte marcando o início da temporada de compras de fim de ano.

Uma nova leva de lucros do varejo também deve ser divulgada nos próximos dias, começando na segunda-feira com a Bath & Body Works (NYSE:BBWI), enquanto a Best Buy (NYSE:BBY), a Macy's (NYSE:M), a Nordstrom (NYSE:JWN) e a Urban Outfitters (NASDAQ:URBN) devem divulgar seus resultados nesta semana.

Os resultados dos lucros de dois grandes varejistas na semana passada apresentaram duas perspectivas muito diferentes. Na terça-feira, o Walmart (NYSE:WMT) elevou sua previsão de vendas e lucros anuais pela terceira vez consecutiva, enquanto as ações da Target (NYSE:TGT) caíram drasticamente na quarta-feira, depois de prever vendas e lucros comparáveis para o trimestre do feriado abaixo das estimativas.

Os investidores estão observando até que ponto a inflação pesará sobre os hábitos de compra, já que os gastos dos consumidores representam mais de dois terços da atividade econômica dos EUA.

3. UniCredit em marcha de aquisições

O setor bancário europeu recebeu mais notícias sobre fusões e aquisições na segunda-feira, depois que o UniCredit da Itália (BIT:CRDI) lançou uma oferta surpreendente de todas as ações no valor de € 10 bilhões (US$ 11 bilhões) para o rival doméstico menor Banco BPM (BIT:BAMI).

O negócio, se concluído, fundiria dois dos maiores credores da Itália, com o UniCredit declarando que a compra permitiria ao banco "fortalecer ainda mais seu papel como um grupo bancário pan-europeu líder".

O UniCredit também está buscando um possível acordo com o Commerzbank da Alemanha (ETR:CBKG), embora o governo alemão ainda não tenha abençoado a possível união.

O UniCredit disse na segunda-feira que a oferta de compra do Banco BPM era independente de seu investimento proposto no Commerzbank.

O Banco BPM comprou 5% do rival de médio porte resgatado, Monte dei Paschi (MPS), no início deste mês, um movimento visto como potencialmente preparando o caminho para uma eventual combinação, uma vez que o Estado se retira totalmente do MPS.

O setor bancário europeu tem sido considerado maduro para a consolidação há anos, com o UniCredit, rico em dinheiro, frequentemente citado como possível adquirente.

4. O petróleo começa a nova semana com o pé atrás

Os preços do petróleo recuaram na segunda-feira, devolvendo parte dos grandes ganhos da semana passada, com o aumento das esperanças de um cessar-fogo no conturbado Oriente Médio, uma região rica em petróleo.

Às 7h57, os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) caíram 0,41%, para US$ 70,95 por barril, enquanto o contrato Brent caiu 0,36%, para US$ 74,36 por barril.

Israel e o Hezbollah estavam próximos de assinar um acordo de cessar-fogo para pôr fim às hostilidades no Líbano, informou o Axios no domingo, citando autoridades israelenses e norte-americanas.

O jornal israelense The Times of Israel também informou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estava mantendo conversações de alto nível sobre o acordo, que foi intermediado por autoridades norte-americanas.

A perspectiva de um cessar-fogo entre Israel e Hezbollah aponta para a diminuição das tensões no Oriente Médio, apresentando um prêmio de risco menor para o petróleo.

Ambos os contratos ganharam cerca de 6% na semana passada, registrando seus maiores ganhos semanais desde o final de setembro, atingindo seus maiores níveis de liquidação desde 7 de novembro.

VEJA: Cotações das commodities

5. Ajuste fiscal em foco no Brasil

A semana deve ser de anúncio de medidas de ajuste fiscal no Brasil, com expectativa de que a estratégia seja apresentada pelo governo federal até terça. A redação final do pacote será tema de reunião nesta segunda entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Com pressão nos ativos de risco, incluindo taxas de juros futuras e o dólar, a expectativa é de que o pacote da equipe econômica possa amenizar a situação das contas públicas. O esperado pelo mercado, neste momento, é de medidas que incluam cortes em torno de R$30 bilhões em 2025 e R$40 bilhões em 2026.

Nas últimas semanas, o pacote passou por discussão no Ministério da Defesa, última pasta a ser inserida, com militares incluídos na proposta, contemplando algumas revisões na previdência e fixação de idade mínima de 55 anos para aposentadoria.

Às 7h58 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 0,55% no pré-mercado.

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