Dólar recua mais de 1% após Powell abrir porta para corte de juros pelo Fed
Após a sanção da Lei Magnitsky, o Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) efetuou o bloqueio dos cartões de crédito internacionais do ministro Alexandre de Moraes, optando pelas bandeiras Visa e Mastercard, devido a restrições impostas pela legislação americana a empresas sediadas nos Estados Unidos. A Lei Magnitsky impede que pessoas sancionadas realizem transações com empresas vinculadas ao sistema financeiro dos EUA — cenário que levou o banco a sugerir como alternativa o uso da bandeira Elo, de abrangência nacional, fruto de parceria entre instituições brasileiras.
A medida busca proteger o próprio banco de possíveis penalidades, já que seu descumprimento pode acarretar consequências tanto para a instituição quanto para sua base de clientes, considerando as operações do Banco do Brasil nos Estados Unidos e sua listagem na bolsa de valores. O episódio ilustra a crescente complexidade da aplicação de normas internacionais em território brasileiro, especialmente diante de recentes decisões judiciais locais que afastam a automática adoção de sanções originadas de outros países.
No contexto financeiro, o Banco do Brasil anunciou mudança relevante em sua política de distribuição de resultados: a administração reduziu o payout — percentual dos lucros destinados ao pagamento de dividendos — de 40%-45% para 30%, com os dividendos referentes ao terceiro trimestre de 2025 previstos para pagamento integral em 11 de dezembro, sem antecipações. Essa alteração reflete uma estratégia de preservação de caixa e maior cautela em função da recente queda nos resultados.
O lucro líquido ajustado reportado para o segundo trimestre de 2025 foi de R$ 3,784 bilhões, queda de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior e inferior ao projetado pelo mercado, que previa R$ 5 bilhões. O desempenho negativo acentuou a pressão sobre as ações do Banco do Brasil, que já acumulavam perdas significativas na bolsa devido, principalmente, ao aumento da inadimplência, revisão de normas contábeis e suspensão temporária de guidance financeiros.
A revisão das projeções para o ano reduziu a estimativa de lucro líquido ajustado para um intervalo entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões em 2025, bem abaixo dos valores indicados anteriormente. O banco justifica as mudanças considerando a necessidade de reforço de capital, os desafios operacionais, o ambiente de mercado e o gerenciamento de risco.
O ambiente atual é de expectativa cautelosa, tanto para os acionistas quanto para o próprio setor financeiro, que observa de perto como as decisões judiciais e os desdobramentos regulatórios poderão impactar o vínculo entre instituições brasileiras e normas globais, além da própria performance do Banco do Brasil nos próximos trimestres.
No gráfico mensal, é possível identificarmos que o preço voltou a negociar no patamar de preço de julho de 2019, retestando um ponto importante de bipolaridade, servindo de uma referência técnica de suporte.