Ilan Goldfajn foi confirmado na terça-feira como novo presidente do Banco Central (Reuters/Gregg Newton)
SÃO PAULO – O novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, agradou o mercado com o reforço do discurso sobre o controle dos preços e a busca do centro da meta de inflação (4,5%). O seu mandato, entretanto, já começa com um desafio enorme: os índices de preços têm se mantido em níveis elevados, mesmo com a recessão.
O IPCA, o mais acompanhado pelo BC, subiu 0,78% em maio. É mais que o 0,61% visto em abril e o maior para o mês desde 2008.
Para a consultoria Capital Economics, cerca de um terço do resultado foi reflexo de revisões tarifárias. Primeiro, o valor da água e esgoto subiu em alguns estados, principalmente em São Paulo. Segundo, as tarifas elétricas aumentaram com a revisão do imposto PIS/Cofins.
Segundo Neil Shearing, economista-chefe da Capital Economics, isso mostra que a alta do IPCA pode ser temporária, mas serve como um lembrete para o fato que o BC irá ser lento nos cortes de juros.
Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, lembra ainda que as medições meteorológicas internacionais indicam 100% de possibilidade de ocorrência do La Niña, um fator adicional de pressão nos preços de alimentos. Vieira reforça a visão de início dos cortes de juros somente para a reunião de outubro.