Por Renee Maltezou e Alastair Macdonald
RIGA (Reuters) - Líderes europeus pediram à Grécia nesta sexta-feira que volte à mesa de negociações para um "trabalho intensivo" de forma a finalizar um acordo de reformas antes que o dinheiro acabe, deixando de lado a exigência grega de uma solução abrangente e de longo prazo para seus problemas.
Com o país correndo risco de dar um calote em no máximo duas semanas, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, viajou a Riga para pressionar a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, a fazerem um esforço político para romper o impasse nas conversas de nível técnico com os credores da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os líderes ofereceram ajuda à Grécia, mas pediram a Tsipras que volte a se concentrar nas tratativas com o assim chamado "Grupo de Bruxelas", composto por credores de Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI – a troica que vem bancando a Grécia desde 2010, quando o país quase quebrou.
"Foi uma conversa muito amigável e construtiva, mas também ficou claro que é preciso trabalhar mais com estas três instituições. Há muito a fazer", declarou Merkel aos repórteres durante uma cúpula da UE na capital da Letônia.
Ela disse que França e Alemanha se ofereceram para ajudar no que for necessário, mas pontuou: "A conclusão precisa ser encontrada com as três instituições, é preciso um trabalho muito, muito intensivo".
Reconhecendo a situação financeira calamitosa de Atenas no atual momento de falta de fundos, Hollande afirmou que o foco deve estar um acordo rápido que permita a retomada da ajuda, de forma que a Grécia possa reembolsar o FMI no início de junho.
O governo grego saiu da reunião de queixo erguido, expressando a esperança de alcançar um acordo em no máximo 10 dias – ou antes do próximo reembolso ao FMI, marcado para 5 de junho.
Tsipras disse estar "muito esperançoso" de chegar a uma "solução de longo prazo, sustentável e viável, sem os erros do passado". Mais tarde ele conversou com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que concordou que um acordo é "factível" nas próximas semanas, segundo uma autoridade grega.
Desde que chegou ao poder em janeiro, o governo esquerdista de Tsipras vem passando dificuldades e teve que suportar quatro meses de conversas com a UE e o FMI para acertar um pacto que libere até 7,2 bilhões de euros em socorro financeiro adicional.