Arena do Pavini - Sondagem realizada pelo Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em parceria com a Panrotas, mostra que o impacto da alta do dólar influenciará a procura por viagens internacionais, que deverão cair em julho. A análise foi realizada entre os dias 4 e 8 de junho com 330 empresários do setor, representado principalmente por agências de viagens, operadoras, hospedagem e eventos, aponta que, para 52% dos entrevistados, as vendas em julho de viagens internacionais devem diminuir. Mesmo os que esperavam crescimento, 24% disseram que a elevação deve ficar abaixo da expectativa. Apenas 27% seguem otimistas e não esperam impacto em suas previsões.
Dólar acima de R$ 4,00
A sondagem teve o objetivo de entender os impactos da desvalorização do real para o seu negócio e sobre mudanças no comportamento do consumidor, sobretudo em relação às férias de julho, diz a Fecomércio. O mapeamento mostrou que para 70% dos entrevistados, o dólar deve continuar pressionado nas próximas semanas, sendo que 34% acreditam que a cotação tende a ultrapassar a barreira dos R$ 4 por dólar. Dos 30% restantes, 23% disseram que a moeda deve permanecer na casa dos R$ 3,70, e somente 7% consideram que o real tende a se valorizar. “Essa expectativa do empresariado do turismo de que o dólar se valorize ainda mais gera consequências negativas para o desempenho do setor”, diz a Fecomércio.
Só 24% vão manter viagem original; 18% vão ficar no Brasil mesmo
Como a desvalorização se acentuou muito próximo às férias de julho, uma parcela (24,3%) já havia feito a venda das viagens para esse período, e para quase 10% o cliente continua com a programação, mesmo com a turbulência cambial. É natural que, com a incerteza de quanto se vai gastar na viagem, o consumidor troque um destino internacional por um doméstico, como foi o caso para 18,3% dos entrevistados.
Do total, 7% vão cancelar viagem por causa do dólar
Entretanto, 15,3% indicaram que as viagens foram mantidas, mas com alterações na programação. Somente 7% dos empresários afirmaram que os clientes fizeram cancelamentos por causa do câmbio.
Maioria viaja, mas vai gastar menos
Quando perguntados sobre qual a atitude dos consumidores sobre a disparada da moeda, 22% disseram que a viagem foi mantida, porém, os passageiros gastarão menos no local. Em torno de 17,4% disseram que os viajantes trocarão o exterior por algum destino brasileiro e 15,3%, os consumidores seguem viajando para o exterior, mas buscam destinos com a melhor relação entre custo e benefício. Apenas 9% dos viajantes manterão a programação integralmente como foi pensada. Os demais não responderam a essa questão.
Alta repentina prejudicou setor
Na análise do Conselho de Turismo da FecomercioSP, a desvalorização repentina e rápida do real tem prejudicado o desempenho do setor. A influência negativa não foi maior devido às viagens que foram fechadas anteriormente a alta mais expressiva do câmbio se deu no início de abril, ou seja, período curto para quem organiza uma viagem importante como é a das férias de julho.
Efeitos também nos feriados e fim de ano
“A intensa flutuação do câmbio causa incerteza também no turismo, afetando os planos para os feriados de 2018 e no fim do ano. No entanto, o cenário interno sai ganhando. A aproximação do período eleitoral deve fazer com que a oscilação cambial se mantenha, de modo que o segundo semestre pode se caracterizar como um grande momento para o turismo interno no Brasil. Por outro lado, também é um excelente momento para vender os destinos no Brasil para o mercado internacional”, afirma a presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Mariana Aldrigui.
Para o CEO da Panrotas, José Guilherme Alcorta, a situação é desafiadora, mas tanto o consumidor quanto os players do turismo já sabem algumas dicas de como lidar com a instabilidade ou alta do dólar. “As empresas de turismo no Brasil possuem vantagens sobre os demais, o planejamento na compra da moeda e da viagem, com a antecedência do pagamento e parcelamento dos produtos turísticos é um benefício que praticamente só existe no Brasil”, reforça.
Promoções na América Latina
Segundo ele, há muitas promoções de destinos e fornecedores, pois o dólar está forte não apenas no Brasil, mas em diversos outros mercados da América Latina e América Central. Ele também afirma que é uma boa oportunidade para as viagens domésticas e para o receptivo de turistas internacionais.
Por Arena do Pavini