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Análise do Fed: motivos pelos quais nenhum aumento é esperado

Publicado 21.09.2016, 05:27
© Reuters.  Fed deve manter taxas inalteradas, focoem projeções e Yellen

Investing.com - Os mercados financeiros e economistas esperam que o Banco Central dos EUA (Fed) mantenha o preço do dinheiro inalterado pelo nono mês consecutivo nesta quarta-feira, mas, supondo que o banco central dos EUA haja de acordo com as expectativas do mercado, os investidores prestarão muita atenção às dicas mais sutis para mudanças no curto prazo sobre a trajetória da normalização política.

Em termos gerais, o Fed não deve agir com relação às taxas de juros na conclusão da sua reunião de política de dois dias às 15h de Brasília (18h GMT) nesta quarta-feira, mas os investidores vão primeiro se concentrar declaração e projeções atualizadas sobre o crescimento econômico e taxas de juros, que serão divulgadas simultaneamente com a decisão das taxas para uma primeira avaliação sobre quando o banco central considera o retorno à normalização política.

A presidente do Fed, Janet Yellen, participará de uma coletiva de imprensa de 30 minutos após a divulgação, uma vez que os investidores estão aguardando alterações de tom sobre a economia e aumentos futuros das taxas de juros.

Motivos que poderiam convencer o Fed a manter as taxas

Pesquisas com economistas mostram o Fed deve mudar de ideia até a reunião em dezembro, ao passo que uma pesquisa da Reuters na semana passada mostrou que a probabilidade média de um aumento das taxas fornecida por especialistas era de aproximadamente 25% e apenas 6% dos entrevistados esperavam que o Fed agisse.

De acordo com o Monitor da Taxa de Juros do Fed da Investing.com, os próprios mercados apostavam em uma chance de apenas 15% para um aumento das taxas.

"O Fed nunca aumentou as taxas com uma probabilidade implícita do mercado tão baixa quanto agora, voltando a, pelo menos, 1994" explicou o economista-chefe do Goldman Sachs, Jan Hatzius na terça-feira.

Após os recentes comentários moderados das autoridades do Fed, Lael Brainard e Daniel Tarullo, o ex-presidente do Fed de Minneapolis, Narayana Kocherlakota, apontou outro obstáculo histórico para uma ação do banco central norte-americano.

Ele observou que era mais provável que o Fed mantivesse as taxas inalteradas após as palavras de alerta de Brainard e Tarullo.

"A última vez que o Fed agiu com duas autoridades em divergência foi em 1993," apontou Kocherlakota.

Analistas e a mídia financeira têm enfatizado a proximidade da eleição presidencial dos EUA em 8 de novembro e sugerido que o Fed não estaria dispostos a fazer uma ação a fim de evitar acusações de ser politicamente tendencioso.

No entanto, o registro histórico, embora reconhecendo a "sabedoria convencional" de evitar a confrontação política, não confirma este argumento, uma vez que o Fed cortou as taxas de juros há dois meses das eleições em três ocasiões desde 1984.

Mais em consonância com o caminho atual da política monetária, a autoridade monetária norte-americana, na verdade, aumentou as taxas em 25 pontos percentuais em 21 de setembro de 2004, exatamente 12 anos antes da decisão nesta de quarta-feira.

Apostas para uma alta fora do consenso

Mesmo em confronto com uma probabilidade escassa para um aumento das taxas na reunião de quarta-feira e com uma grande maioria dos analistas esperando que o Fed mantenha as taxas de juros inalteradas, alguns especialistas reiteraram seu apelo para uma ação nesta tarde.

O economista norte-americano do Barclays, Rob Martin, ignorou o fato de que sua expectativa para uma alta "estava bem fora do consenso".

"Mantivemos nossa convicção em setembro porque achamos que é isso o que o FOMC nos comunicou – foi isso o que achamos que o presidente e o vice-presidente estavam falando em Jackson Hole", explicou.

A economista sênior do BNP Paribas, Laura Rosner, também parecia estar convencida de que o Fed agiria, explicando que sempre haveria incertezas nos dados e que a forte contratação tinha dado ao Fed uma janela de oportunidade para avançar com a normalização da política.

Rosner sugeriu que os mercados estavam apostando que o Fed "amarelaria" mais uma vez, mas atribuíram a falta de uma ação nos últimos nove meses aos "golpes muito específicos que estavam vindo de todas as direções".

"Agora, aqui estamos, a poeira baixou, os riscos diminuíram e os dados são decentes", concluiu.

"Então, se o Fed está em um regime de aumentos graduais, por que não deveria continuar?"

Projeções econômicas atualizadas, gráfico de pontos da taxa de juros e declaração do Fed

Supondo que o Fed siga o roteiro dos mercados e mantenha as taxas inalteradas, uma maior atenção poderia ser dada às projeções econômicas atualizadas, bem como às expectativas das taxas de juros, reveladas pelo gráfico de pontos famoso que mapeia anonimamente as projeções do Fed para medidas de política futuras.

O Morgan Stanley espera que a mediana de longo prazo do PIB seja cortada para "1,8% ou menos em setembro", de 2,0% anteriormente.

"Projeções de curto prazo para a inflação e a taxa de desemprego devem apresentar pouca alteração", disseram os analistas em uma nota prévia para os clientes.

Na mesma linha, o Goldman Sachs prevê "pouca mudança na economia".

Ambas as empresas esperam uma redução significativa das perspectivas para os futuros aumentos de taxas de juros, que já tinham mudado de quatro aumentos esperados em dezembro para apenas dois em junho passado.

"Esperamos que o gráfico de pontos mostre um caminho mais raso para a política no médio prazo, com a mediana movendo-se para indicar um aumento em 2016, seguido por dois aumentos em 2017, três em 2018 e quatro em 2019, trazendo a taxa do Fed para 2,875% no final do horizonte das projeções do FOMC em 2019", especificou o Morgan Stanley.

Com base nesta perspectiva, estes analistas esperam uma grande ênfase por parte dos mercados na declaração do FOMC, que pode ser, em sua opinião, "uma declaração bastante benigna que deixa a porta aberta para aumentos neste ano, permitindo que os dados futuros apoiem a decisão ou estimulem as expectativas para o próximo ano".
Hatzius, do Goldman Sachs, foi um pouco mais além ao apontar o que ele considerava ser um Fed que estava "longe de estar unificado" em suas perspectivas, com sete membros preferindo "aumentar as taxas agora ou pelo menos muito em breve".

"Neste tipo de situações, é comum que o Comitê use a declaração pós-reunião para forjar um compromisso, por isso estamos esperando um tom mais conservador nessas observações", disse Hatzius em um briefing sobre a reunião do Fed.

Yellen tem a palavra final

Independentemente das conclusões tiradas da declaração e projeções atualizadas, Yellen fará um pronunciamento às 14h30 PM ET (18h30 GMT) e terá a palavra final estimulando ou acabando com as expectativas do mercado para a continuação da normalização da política.

Apesar do fato de que as decisões de taxa do Fed são baseadas em um processo de votação igualitário, os mercados geralmente consideram que a presidente tenha a palavra final sobre as decisões de taxas.

Os investidores vão prestar muita atenção aos comentários de Yellen após seu último discurso em 26 de agosto, no Simpósio Econômico de Jackson Hole, ter mostrado sua postura mais conciliatória.

"Acredito que a justificativa para um aumento na taxa dos fundos federais ganhou mais força nos últimos meses", a presidente afirmou.

Caso o Fed surpreenda os mercados nesta quarta-feira com um possível aumento da taxa, Yellen é quem controla a percepção dos mercados financeiros de quando a próxima ação acontecerá.

Mantenha-se atualizado sobre as expectativas do mercado para futuras medidas de política do Fed, visite:
http://br.investing.com/central-banks/fed-rate-monitor

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