LIMA (Reuters) - A aprovação do presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, caiu para 19 por cento após a concessão de um indulto ao ex-presidente Alberto Fujimori, decisão que tem dividido o país, apontou uma pesquisa neste domingo.
O número representa uma continuidade na queda do apoio ao líder peruano, que em novembro e dezembro do ano passado registrava aprovação de 26 por cento e 22 por cento, respectivamente.
Ainda assim, oito em cada dez entrevistados afirmaram estar convencidos de que o perdão a Fujimori foi concedido após uma negociação, e não por causas humanitárias, como publicou a Reuters na última semana, com informação de uma fonte.
A pesquisa, realizada pela GfK entre 22 e 24 de janeiro e publicada pelo jornal La República, coloca em evidência a repercussão do indulto, que não apenas dividiu o Peru, como debilitou ainda mais a posição de Kuczynski à frente do governo.
A aprovação a Kuczynski ficou em 19 por cento, enquanto a desaprovação subiu para 79 por cento, com 71 por cento dizendo não acreditar que ele tenha um plano para o desenvolvimento do país. Ainda assim, 55 por cento consideram que ele deveria poder terminar seu mandato.
A pesquisa destaca o nível de polarização gerado pelo indulto a Fujimori, apoiado por 50 por cento e rejeitado por 49 por cento dos entrevistados.
O governo tem negado publicamente que o indulto foi parte de um acordo com Fujimori, uma figura pública controversa, que para muitos salvou o Peru da ruína econômica e da guerrilha, mas para outros foi um autoritário que abusou do poder.
Mas a situação judicial do ex-presidente não está de todo clara. Juízes da Câmara Penal Nacional decidirão em fevereiro se o perdão presidencial é aplicável a Fujimori no processo de um caso conhecido como Pativilca, referente ao assassinato de seis pessoas em 1992, ou se um julgamento contra ele pode ser iniciado.
(Por Carlos Serrano)