Por Noah Browning e Tom Finn
DUBAI/DOHA (Reuters) - Quatro Estados árabes que acusam o Catar de apoiar o terrorismo concordaram em ampliar até o final de terça-feira o prazo para Doha cumprir uma lista de exigências, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou aos dois lados sua preocupação a respeito da disputa.
O Catar classificou as acusações como infundadas e diz que as exigências --entre elas fechar a rede de televisão Al Jazeera, sediada em solo catari, e expulsar soldados turcos baseados no país-- são tão severas que parecem concebidas para serem rejeitadas.
Arábia Saudita, Bahrein, Egito e Emirados Árabes Unidos aventaram a possibilidade de adotar novas sanções contra o Catar se este não cumprir as 13 exigências apresentadas a Doha por meio do Kuweit, que está agindo como mediador.
De acordo com um comunicado conjunto publicado pela agência de notícias estatal saudita SPA, os quatro países concordaram com um pedido do Kuweit e estenderam em 48 horas o prazo para o cumprimento, que se encerraria no domingo.
Os quatro países não especificaram que sanções adicionais poderiam impor a Doha, mas banqueiros comerciais da região acreditam que bancos sauditas, dos Emirados e do Bahrein podem receber diretrizes oficiais para retirar depósitos e empréstimos interbancários do Catar.
Os ministros das Relações Exteriores das quatro nações irão se reunir no Cairo na quarta-feira para discutir o questão do Catar, segundo o governo do Egito, e a mídia árabe noticiou que o chanceler catari, xeique Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, chegou ao Kuweit nesta segunda-feira para apresentar a resposta formal de Doha às exigências árabes.
Os quatro Estados cortaram laços diplomáticos e comerciais com o Catar em 5 de junho, acusando o país de apoiar o terrorismo, interferir em seus assuntos internos e promover a agenda do inimigo regional Irã, todas imputações que o Catar nega.
Os esforços de mediação, inclusive dos EUA, têm sido infrutíferos.
Trump conversou separadamente com os líderes da Arábia Saudita e do Catar e com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi para debater suas "preocupações com a disputa em andamento", informou a Casa Branca.
"Ele reiterou a importância de se deter o financiamento terrorista e desacreditar a ideologia extremista. O presidente também enfatizou que a união na região é essencial para se conquistar os objetivos da Cúpula de Riad de derrotar o terrorismo e promover a estabilidade regional", disse a Casa Branca.