Por Luc Cohen e Jorge Otaola
BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina pode revisar as metas fiscais determinadas no acordo de ajuda de 50 bilhões de dólares fechado com o Fundo Monetário Internacional para aumentar os gastos em programas sociais, afirmou nesta sexta-feira um diretor do FMI.
A Argentina pediu ajuda ao FMI em 8 de maio depois de o peso sofrer fortes perdas em meio a um êxodo de investidores dos mercados emergentes. O acordo marca um ponto de virada para o país, onde muitos culpam as medidas de austeridade do FMI por levar milhões à pobreza na crise econômica de 2001/2002.
Políticos de oposição alinhados à ex-presidente Cristina Kirchner disseram que o presidente Mauricio Macri está repetindo os erros do passado. Mas o FMI e o governo afirmaram que os gastos em programas para ajudar os pobres serão protegidos pelos termos do acordo, e podem aumentar.
"As metas fiscais podem ser revisadas no caso de haver necessidade de aumentar os gastos sociais", disse o diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner. "Dessa maneira, a sociedade não precisa escolher entre construir uma ponte ou proteger os mais pobres."
Como parte do acordo anunciado na noite de quinta-feira, o governo concordou em acelerar a redução do déficit fiscal primário para equilibrar o orçamento até 2020. O governo também prometeu propor uma legislação para que um banco central mais independente combata a inflação de dois dígitos.