Por Makiko Yamazaki
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro das Finanças do Japão, Shunichi Suzuki, e o principal diplomata cambial do país, Masato Kanda, abstiveram-se de fazer comentários sobre o câmbio nesta quarta-feira, quando o iene atingiu seu nível mais alto em relação ao dólar em mais de dois meses.
Questionado sobre o recente avanço da moeda japonesa, Suzuki disse que não faria qualquer comentário, observando que "poderia causar efeitos imprevistos no mercado".
Kanda, o vice-ministro das Finanças para Assuntos Internacionais, repetiu o comentário de Suzuki sobre efeitos imprevistos quando perguntado se os movimentos especulativos que ele havia culpado anteriormente pela fraqueza do iene haviam diminuído.
O iene subiu mais de 1% nesta quarta-feira, atingindo seu nível mais alto desde maio, com os investidores desfazendo posições vendidas na moeda antes da reunião de política monetária do Banco do Japão na próxima semana, quando se espera que as autoridades discutam um aumento nos juros.
Suzuki e Kanda falaram aos repórteres no Rio de Janeiro após uma reunião de líderes de finanças do G7, que ocorreu paralelamente a um encontro do G20.
O silêncio contrastou com os repetidos avisos de ação contra a volatilidade excessiva no início deste mês, quando se suspeitava que Tóquio tivesse gasto quase 6 trilhões de ienes (39,22 bilhões de dólares) intervindo no mercado para elevar uma moeda que havia caído para a mínima de 38 anos.
Kanda disse que o câmbio não estava na pauta do G7 nesta quarta-feira.
"Mas nós, como G7, discutimos o assunto rotineiramente", disse ele.
Fontes familiarizadas com o assunto têm dito que o Japão buscará reafirmar na reunião do G20 os compromissos previamente acordados de que as taxas de câmbio reflitam os fundamentos econômicos subjacentes.
Alguns políticos têm pedido que o Banco do Japão ofereça mais clareza sobre seu plano de aumento dos juros, em parte para evitar que o iene chegue em novas mínimas em relação ao dólar, aumentando a pressão sobre o banco central.