Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O Banco do Vaticano deverá em breve deixar de lado as suas atividades de investimento e se transformar em uma instituição dedicada principalmente ao serviço de pagamentos para a Igreja Católica de Roma, revelaram fontes do Vaticano nesta segunda-feira.
Os detalhes da redução de escala serão anunciados na quarta-feira pelo cardeal australiano George Pell, que encabeça o Secretariado de Economia, criado no início do ano para supervisionar as finanças do Vaticano e conter os escândalos que vêm constrangendo a igreja há décadas.
Segundo as fontes, o empresário francês Jean-Baptise de Franssu deve ser nomeado novo chefe do banco, formalmente conhecido como Instituto para as Obras de Religião (IOR, na sigla em italiano). Ele irá suceder o alemão Ernst von Freyberg, que sai depois de instituir grandes reformas.
Sob as novas diretrizes, o IOR não terá mais as funções de administração de ativos. O banco se restringirá a providenciar o serviço de pagamentos e aconselhamento financeiro para ordens religiosas, instituições de caridade e funcionários do Vaticano.
Os ativos da Santa Sé devem ser administrados por um departamento recém-criado, afirmaram as fontes. A reestruturação radical do banco será anunciada um dia depois de o IOR publicar seu balanço de 2013 na terça-feira.
Os novos estatutos do banco devem fazer do cargo de presidente uma posição de tempo integral na instituição.
Freyberg, que foi indicado em 2013 em uma das últimas decisões tomadas pelo papa emérito Bento 16 antes de renunciar, vinha dividindo seu tempo entre a Alemanha e a Itália.