BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil abriu 201.705 vagas formais de trabalho em junho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta terça-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O resultado do mês passado foi fruto de 2.071.649 admissões e 1.869.944 desligamentos e ficou acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters de criação líquida de 160.000 vagas.
O saldo de junho foi o maior para o mês desde 2022, que teve abertura de 277.944 vagas. No mesmo mês em 2023 foram criados 157.198 postos de trabalho, segundo dados sem os ajustes com informações prestadas pelas empresas fora do prazo.
Os cinco grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos de vagas em junho. O setor de serviços liderou a abertura de vagas, com 87.708 postos, seguido pelo comércio, com 33.412. Em último lugar, depois de indústria e agropecuária, ficou o setor de construção com 21.449 vagas.
O Rio Grande do Sul, afetado por enchentes sem precedentes em maio, foi a única unidade da Federação a registrar um saldo negativo de postos em junho, de 8.569, uma baixa de 0,30% frente ao mês anterior. São Paulo foi o Estado com o maior número de criação de vagas, com 47.957 novos postos, uma alta de 0,34% em relação ao mesmo período.
Em maio, o país registrou o menor saldo mensal de criação de empregos formais do ano, de 131.811, e o mais baixo para o mês desde 2020, quando a economia encolheu em meio à pandemia.
Segundo o ministério, o resultado anterior foi prejudicado pela calamidade no Rio Grande do Sul, onde houve o fechamento de 22.180 postos. De acordo com a pasta, sem os efeitos das enchentes, os dados nacionais teriam se igualado aos do mês de maio do ano passado.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que o Rio Grande do Sul ainda deve ter fechamento de vagas em julho, mas que há expectativa de uma tendência de recuperação gradual com o reaquecimento do setor de construção.
Marinho destacou que, apesar dos resultados positivos, o país ainda não alcançou o pleno emprego e apontou o alto patamar atual da taxa básica de juros como fator que pode afetar negativamente os investimentos públicos e o mercado de trabalho.
"O Orçamento dos municípios, dos Estados e da União acabam se sacrificando pelo pagamento do excesso de juros", disse. "Você tem um conjunto de investimentos necessários no país que estamos pagando em juros."
(Reportagem de Victor Borges)