Santiago do Chile, 9 mar (EFE).- O Brasil lidera a lista dos países com a dívida pública mais elevada na América Latina, segundo estudo sobre o panorama fiscal da região divulgado nesta segunda-feira pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
De acordo com o relatório, a dívida pública externa brasileira ficou em 63,5% do PIB em 2014. No entanto, em termos líquidos o montante é muito inferior (37%), seguido por Uruguai, Colômbia, Argentina, El Salvador, Costa Rica, Honduras e México, com níveis de endividamento moderado (entre 36% e 44% do PIB).
No outro extremo do levantamento se encontram Chile, Peru e Paraguai, que têm níveis inferiores a 22% do PIB em dívidas, conforme o relatório, que aponta que "os níveis de endividamento são muito diferentes entre os países".
Nos últimos 25 anos, a dívida pública externa da América Latina e do Cariba registrou uma redução notável. No início dos anos 90 representava mais de 70% do PIB, enquanto chegou a 16% no ano passado, revelou hoje o relatório da Cepal.
O órgão ligado às Nações Unidas destacou que a carga tributária aumentou cinco pontos percentuais do PIB entre 2000-2013 na região, com uma estrutura de impostos regressiva. Motivo pelo qual a incidência da política fiscal sobre a distribuição de renda "é pouco significativa", afirma o relatório.
A Cepal pede para que os países da América Latina continuem promovendo ações de "combate a evasão e elusão fiscal, reduzir os tratamentos preferenciais e, em geral, fortalecer a tributação sobre as rendas de capital".
A queda dos preços dos produtos básicos é outro dos temas que o relatório faz referência. A queda dos custos implica em "uma redução das receitas provenientes dos recursos naturais não renováveis, que debilitam as finanças públicas dos países exportadores", aponta o relatório da Cepal.
As principais conclusões do documento serão apresentadas amanhã durante a primeira sessão do XXVII Seminário Regional de Política Fiscal, que será inaugurado pela secretária-executiva da Central, Alícia Bárcena, e o ministro da Fazenda do Chile, Alberto Arenas.
A reunião é organizada pela Cepal em parceria com o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico.