BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil possui oportunidades em projetos de infraestrutura de 269 bilhões de dólares em quatro anos, afirmou nesta sexta-feira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apontando que a cifra representa um mapeamento, e não um compromisso do que o governo efetivamente fará.
Segundo Meirelles, o montante inclui possibilidades de concessões, outorgas e privatizações, sendo que alguns projetos "já podem ter sido discutidos".
"Isso será detalhado pelo (secretário do Programa de Parcerias de Investimentos) Moreira Franco durante o mês de setembro, não necessariamente nesse número. Mas ele irá detalhar o programa, ou pelo menos a primeira parte do programa", acrescentou Meirelles na China.
Em conversa com jornalistas, o ministro também afirmou ter enxergado um interesse renovado pelo Brasil a partir de manifestações tanto de empresários quanto do governo chinês.
"Devido à recessão da economia brasileira nos últimos dois anos e às incertezas políticas e de outra ordem, existia um certo freio, um movimento um pouco mais vagaroso em relação a esses investimentos, principalmente na área de infraestrutura", disse Meirelles em coletiva com jornalistas em Xangai, onde acompanhou o presidente Michel Temer.
Meirelles avaliou que o país não mais enfrenta no horizonte a possibilidade de crise cambial.
"Hoje somos credores do FMI porque a parte externa foi resolvida pela acumulação de reservas que fizemos. A parte cambial hoje é passado", disse.
Ele ressaltou, por outro lado, que o país deve endereçar a questão fiscal, destacando a importância da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o avanço dos gastos públicos pela inflação do ano anterior. Segundo Meirelles, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse acreditar em uma aprovação pela Casa ainda este ano caso a PEC tenha recebido aval da Câmara até o início de novembro.
Atualmente, a PEC está em análise em comissão especial na Câmara dos Deputados. Ela precisa ser aprovada em dois turnos na Câmara para depois ser apreciada no Senado.
(Por Marcela Ayres)