Investing.com - Novos comentários de Janet Yellen, presidente do Federal Reserve, irão liderar a agenda dos mercados financeiros de todo o mundo na semana que se inicia, já que buscam mais indicações sobre o momento do próximo aumento dos juros.
Investidores também estarão atentos a alguns relatórios econômicos dos EUA, com destaque para os dados mensais de empregos na sexta-feira, para avaliaram como isso tudo impactaria a perspectiva do Fed sobre política monetária nos próximos meses.
Nesse meio-tempo, agentes do mercado se concentrarão em discursos de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), na busca de novas indicações de quando o banco central deixará sua política monetária ultrafrouxa.
No Reino Unido, investidores também manterão foco em relatórios sobre a atividade nos setores da indústria, da construção civil e de serviços, à procura de mais indicações sobre o efeito contínuo que a decisão do Brexit está tendo sobre a economia.
O anúncio da política monetária do Banco da Reserva da Austrália também estará em foco.
Além disso, os mercados na China permanecerão fechados nesta semana devido ao feriado da Semana de Ouro, que pode afetar condições de liquidez.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Discurso de Janet Yellen, presidente do Fed
Após sinalizar, na semana passada, que ainda pretende elevar as taxas de juros em dezembro, o Fed se mantém na mira do mercado, com Janet Yellen, presidente da instituição, tendo discurso marcado em uma conferência da comunidade bancária realizada pelo Federal Reserve Bank de St. Luis às 16h15 da próxima quarta-feira.
Seus comentários serão observados de perto na busca de qualquer novo indício sobre política monetária. Na semana passada, Yellen afirmou que o banco central planeja continuar a aumentar gradualmente os juros mesmo com as amplas incertezas a respeito da trajetória da inflação.
Investidores viram os seus comentários como indicando mais endurecimento, o que sugeriu que o Fed poderia aumentar as taxas de juros em dezembro, o que seria acompanhado por mais aumentos em 2018.
O banco central norte-americano já aumentos as taxas de juros duas vezes neste ano.
Além de Yellen, o calendário desta semana também terá comentários de alguns membros do Fed, incluindo William Dudley, influente presidente do Fed de Nova York, Robert Kaplan, dirigente do Fed de Dallas, e Patrick Harker, presidente do Fed de Filadélfia.
Os comentários de Jerome Powell poderiam ter uma importância maior após surgirem informações na sexta-feira de que ele teria se reunido com Donald Trump, presidente norte-americano, para discutir sua possível nomeação como o próximo presidente do Fed no término do mandato de Yellen em fevereiro.
Kevin Warsh, ex-diretor do Fed, tem sido visto como um dos principais concorrentes ao cargo. Warsh, que tem experiência em Wall Street e no governo, é visto pelo mercado como agressivo e é considerado como alguém que estaria mais interessado em desregulamentação.
2. Relatório de Emprego dos Estados Unidos
O Departamento de Trabalho dos EUA divulgará seu relatório de setembro sobre folhas de pagamento não agrícolas na próxima sexta-feira às 9h30.
O consenso das projeções é de que os dados mostrarão que foram criados apenas 100.000 empregos neste mês, uma desaceleração a partir do aumento de 156.000 em agosto, já que o impacto dos furacões Harvey e Irma foram sentidos. A taxa de desemprego tem projeções de se manter estável em 4,4%.
A maior parte das atenções provavelmente se voltará aos números relativos à média de ganhos semanais por hora, que devem subir 0,2% após terem aumentado 0,1% no mês anterior.
Um relatório de empregos positivo indicaria uma melhora na economia e daria sustentação para maiores taxas de juros nos próximos meses, ao passo que um relatório fraco aumentaria as incertezas sobre a perspectiva econômica e deixaria mais remota a possibilidade de maior endurecimento da política monetária.
O calendário desta semana também traz relatórios norte-americanos sobre crescimento dos setores da indústria e de serviços do ISM, vendas de automóveis, folhas de pagamento do setor privado da ADP, pedidos semanais de seguro-desemprego, balança comercial do mês e também encomendas à indústria.
Investidores provavelmente também continuarão a acompanhar as mais recentes notícias de Washington a respeito das reformas tributária e do sistema de saúde.
3. Draghi, presidente do BCE, fará comentários
Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, deverá fazer os comentários de abertura na cerimônia de inauguração do Centro de Visitantes do BCE, em Frankfurt, na próxima quarta-feira às 14h15.
Ainda com relação ao banco central, o BCE publicará as atas de sua reunião de política monetária de 7 de setembro às 08h30 da próxima quinta-feira.
No mês passado, Draghi indicou que o BCE poderia começar a reduzir seu imenso programa de estímulo já em outubro.
Enquanto isso, os catalães votarão em um referendo sobre a independência de sua região no domingo. O referendo, considerado ilegal pelo governo central espanhol, jogou o país em sua pior crise constitucional em décadas e elevou os temores de violência nas ruas enquanto acontece uma queda de braço entre Madri e Barcelona.
4. PMIs do Reino Unido
O Reino Unido divulgará suas leituras sobre a atividade do setor industrial em setembro nesta segunda-feira às 05h30, seguido por um relatório sobre o setor de construção civil na terça-feira e do setor de serviços na quarta-feira.
Espera-se que o PMI industrial caia de 56,9 no mês anterior para 56,4 agora, que a atividade de construção civil enfraqueça um pouco de 51,1 para 50,8, e que o gigante setor de serviços britânico permaneça estável em 53,2.
Dados divulgados na semana passada mostraram que a economia britânica cresceu em seu ritmo mais lento desde 2013 nos 12 meses após a decisão do Brexit no ano passado, traçando um cenário limitado enquanto o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) se prepara para elevar as taxas de juros pela primeira vez em uma década.
O BoE afirmou em setembro que provavelmente elevará os custos de crédito nos próximos meses se a economia e as pressões de preços continuarem a crescer.
5. Reunião de política monetária do Banco da Reserva da Austrália
O Banco da Reserva da Austrália (RBA, na sigla em inglês) deve divulgar sua mais recente decisão sobre a taxa de juros na próxima terça-feira à 01h30.
A maioria dos economistas espera que o banco central mantenha as taxas inalteradas em nível baixo recorde de 1,5% pela 13ª reunião seguida e que mantenha sua posição política neutra, já que analisam o risco de aumentar ainda mais o endividamento no mercado imobiliário aquecido no país frente à inflação morna.
Além do RBA, dados sobre vendas no varejo e balança comercial do país também devem chamar a atenção.
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