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Chefe do BC diz a novo premiê do Japão que agirá com cautela sobre momento de aumentar juros

Publicado 02.10.2024, 08:40
© Reuters. Presidente do BC do Japão, Kazuo Ueda n20/09/2024. REUTERS/Kim Kyung-Hoon/File Photo
JGB
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Por Kentaro Sugiyama e Leika Kihara

(Reuters) - O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, reuniu-se com o novo primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, nesta quarta-feira, e afirmou que o banco central está sustentando a economia do Japão e que agirá com cautela ao decidir se aumentará ainda mais a taxa de juros.

A reunião, a primeira de Ueda com o novo primeiro-ministro desde que ele foi oficialmente nomeado pelo Parlamento na terça-feira, ocorreu depois que Ishiba pediu ao Banco do Japão que mantivesse uma política monetária frouxa, já que o governo se esforça para acabar com a estagnação econômica.

"Eu disse ao primeiro-ministro que estamos apoiando a economia com condições monetárias frouxas", disse Ueda a repórteres após a reunião na residência oficial do primeiro-ministro.

Ueda disse que explicou que o banco central aumentará as taxas de juros se a evolução econômica e dos preços estiver de acordo com suas previsões.

"Mas eu disse que ajustaremos o grau de apoio monetário com cautela, pois podemos nos dar ao luxo de gastar tempo analisando a evolução (econômica)", acrescentou Ueda.

Em agosto, Ishiba disse à Reuters que o Banco do Japão estava no "caminho certo" ao acabar com as taxas negativas e endossou uma maior normalização da política monetária, dizendo que isso poderia impulsionar a competitividade industrial.

Seu foco na necessidade de tirar o Japão permanentemente da deflação ressalta a preferência do novo governo para que o banco central aumente os juros lentamente, segundo analistas.

O recém-nomeado ministro da Economia de Ishiba, Ryosei Akazawa, também expressou esperança na quarta-feira de que o Banco do Japão seja cauteloso ao aumentar ainda mais as taxas de juros.

Embora a atual taxa, de 0,25%, seja "anormal para os padrões globais", a prioridade do Japão é "sair da deflação", disse Akazawa.

O banco central encerrou as taxas negativas em março e elevou os custos dos empréstimos de curto prazo para 0,25% em julho, considerando que o Japão estava progredindo no sentido de atingir uma inflação duradoura de 2%.

© Reuters. Presidente do BC do Japão, Kazuo Ueda 
20/09/2024. REUTERS/Kim Kyung-Hoon/File Photo

O Banco Central terá nova reunião de política monetária em 30 e 31 de outubro, quando também divulgará novas previsões trimestrais de crescimento e preços. Em dezembro haverá outra reunião.

A maioria dos economistas entrevistados pela Reuters de 4 a 12 de setembro espera que o banco central aumente os juros novamente até o final do ano.

(Reportagem adicional de Makiko Yamazaki, Satoshi Sugiyama e Yoshifumi Takemoto)

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