PEQUIM (Reuters) - A China acusou a nova ministra da Defesa do Japão nesta sexta-feira de distorcer levianamente a história depois que ela se recusou a dizer se tropas japonesas massacraram civis na China durante a Segunda Guerra Mundial.
Tomomi Inada, parlamentar de 57 anos conhecida por sua interpretação revisionista das ações do Japão nos tempos da guerra, assumiu o cargo na quinta-feira e se esquivou repetidamente durante um briefing à imprensa quando lhe indagaram se ela repudiava as atrocidades japonesas.
A China lembra constantemente seu povo do massacre de 1937, no qual afirma que soldados japoneses mataram 300 mil pessoas em sua capital de então.
Um tribunal pós-guerra dos Aliados estimou o saldo de mortes em 142 mil, mas alguns políticos e estudiosos japoneses conservadores negam que o massacre tenha acontecido.
Em um comunicado publicado em seu microblog, o Ministério da Defesa chinês expressou "indignação" com os comentários de Inada e disse haver indícios irrefutáveis do massacre de Nanjing.
"Sua negação clara de... fatos é simplesmente uma tentativa de acobertar o histórico de agressões do Japão e desafiar a ordem internacional ressuscitando o militarismo", afirmou o ministério.
Na quinta-feira, Inada disse aos repórteres que se as ações de guerra do Japão devem ou não ser descritas como uma invasão "depende do ponto de vista da pessoa" e acrescentou não achar "apropriado" comentar o assunto.
(Por Michael Martina; reportagem adicional de Tim (SA:TIMP3) Kelly e Nobuhiro Kubo, em Tóquio)