Por Se Young Lee e Min Zhang
PEQUIM (Reuters) - Os Estados Unidos e a China adotaram novas tarifas sobre os produtos um do outro nesta segunda-feira, com as duas maiores economia do mundo sem mostrar sinais de recuo em uma disputa comercial cada vez mais amarga que deve prejudicar o crescimento econômico global.
Pouco depois de as novas taxas entrarem em vigor, a China acusou os EUA de adotarem "intimidação comercial" e disse que está ameaçando outros países para se submeterem a suas vontades, afirmou a agência de notícias oficial Xinhua, reiterando a disposição da China de lutar se necessário.
Mas Pequim também disse que está disposta a retomar as negociações comerciais com os EUA se as conversas forem "baseadas em respeito mútuo e igualdade", disse a Xinhua, citando um documento sobre a disputa publicado pelo Conselho de Estado da China.
As tarifas dos EUA sobre 200 bilhões de dólares em produtos chinesas e as taxas retaliatórias de Pequim sobre 60 bilhões de dólares em produtos dos EUA entraram em vigor nesta segunda-feiram, embora as taxas não sejam tão altas quanto se esperava inicialmente.
Os EUA aplicarão incialmente tarifas de 10 por cento, subindo para 25 por cento no final de 2018. Pequim impôs taxas de 5 a 10 por cento e alertou que responderá a qualquer aumento nas tarifas dos EUA sobre produtos chineses de forma correspondente.
Os dois lados já haviam adotado tarifas sobre 50 bilhões de dólares em produtos um do outro.
Várias rodadas de negociações comerciais entre os dois países nos últimos meses não tiveram grandes avanços e tentativas de marcar outra reunião nas próximas semanas falharam. Uma autoridade da Casa Branca disse na semana passada que os EUA continuarão a acionar a China, mas acrescentou que não há data para mais negociações.
A China, que acusa Washington que não ser sincero, decidiu não enviar o vice-primeiro-ministro Liu He a Washington esta semana, informou na semana passada o Wall Street Journal.
(Reportagem adicional de David Lawder em Washington)