Por Michael Martina e Ju-min Park
PEQUIM/SEUL (Reuters) - A China saudou nesta quinta-feira o tom aparentemente mais brando que os Estados Unidos adotaram ao falar da crise nuclear e de mísseis da Coreia do Norte, mas enfatizou oposição a um sistema antimísseis dos EUA sendo instalado na Coreia do Sul.
Há tempos a China vem incentivando um diálogo para resolver "a questão nuclear coreana". A Coreia do Norte vem ameaçando com frequência destruir os EUA, que por sua vez alertaram que "todas as opções estão sobre a mesa" para acabar com as provocações norte-coreanas.
Na quarta-feira o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, disse que pretende induzir Pyongyang a encerrar seus programas nuclear e de mísseis, que violam resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de sanções internacionais mais duras e pressão diplomática.
"Os Estados Unidos buscam a estabilidade e a desnuclearização da península coreana. Continuamos abertos a negociações visando essa meta. Entretanto, continuamos preparados para nos defender e os nossos aliados", disse em um comunicado.
Indagado sobre os comentários dos EUA, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, disse que seu país reparou que muitas autoridades norte-americanas fizeram tais comentários recentemente.
"Notamos estas expressões, e notamos a mensagem transmitida nestas expressões esperando resolver a questão nuclear coreana pacificamente por meio do diálogo e da consulta", disse. "Acreditamos que essa mensagem é positiva e deveria ser afirmada".
Seul e Washington concordaram nesta quinta-feira com "medidas punitivas rápidas" contra a Coreia do Norte no caso de uma nova provocação. O Sul também disse que a montagem de um sistema de defesa antimísseis dos EUA está caminhando eficazmente um dia depois de protestos raivosos contra a bateria e de uma demonstração firme de repúdio de Pequim.
Também na quarta-feira a Coreia do Sul transportou partes do sistema Terminal de Defesa Aérea de Alta Altitude (Thaad, na sigla em inglês) para seu local de instalação, que antes abrigava um campo de golfe e se localiza cerca de 250 quilômetros ao sul da capital, Seul, indicando uma montagem mais rápido do equipamento.
Várias centenas de moradores de vilarejos sul-coreanos protestaram perto do local, atirando garrafas de água contra os veículos de transporte das peças.
(Reportagem adicional de Phil Stewart, em Washington, e Ben Blanchard, em Pequim)