Por Ben Blanchard
PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) - A China apresentou um protesto diplomático neste sábado, após o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, falar por telefone com o presidente Tsai Ing-wen, de Taiwan, mas culpou a ilha que reivindica como sua.
O telefonema de 10 minutos com o líder de Taiwan foi o primeiro de um presidente eleito dos EUA ou presidente desde que Jimmy Carter mudou o reconhecimento diplomático de Taiwan para a China em 1979, reconhecendo Taiwan como parte de um país.
O Ministério das Relações Exteriores da China pediu uma cuidadosa abordagem da questão de Taiwan para evitar distúrbios desnecessários nos laços. "O princípio de uma China é a base política da relação China-EUA", disse.
Falando mais cedo, horas após o telefonema de sexta-feira, o chanceler chinês Wang Yi culpou Taiwan pelo caso, não Trump. Ele notou quão rapidamente o presidente Xi Jinping e Trump falaram por telefone após a vitória de Trump, que elogiou a China como um grande país.
O Escritório de Assuntos de Taiwan da China também chamou a conversa de um movimento "insignificante" de Taiwan que não altera o status da ilha como parte da China.
Trump disse no Twitter que recebeu ligação de Tsai para felicitá-lo pela vitória na eleição.
A China considera Taiwan uma província rebelde e nunca renunciou ao uso da força para controlá-la. As relações entre os dois lados têm piorado desde que Tsai, que chefia o Partido Progressista Democrático, foi eleito presidente em janeiro.
Washington continua a ser o mais importante aliado político e fornecedor de armas únicas de Taiwan, apesar da falta de laços diplomáticos formais.
Trump criticou a China durante a campanha eleitoral dos EUA, e prometeu aumento de 45 por cento de impostos sobres importados chineses, além de classificar o país como manipulador do câmbio.