Por Steve Holland e Matt Spetalnick
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terá sua primeira reunião com o presidente da China, Xi Jinping, nesta quinta-feira sob pressão para apresentar concessões comerciais a alguns de seus defensores mais fervorosos e evitar que uma crise com a Coreia do Norte saia do controle.
Os líderes das duas maiores economias do mundo irão se reunir em Mar-a-Lago, retiro do norte-americano em Palm Beach, na Flórida, no final da tarde e jantarão acompanhados de suas esposas. Isso dará início a um encontro que terminará com um almoço de trabalho na sexta-feira.
Durante a campanha eleitoral de 2016, Trump prometeu acabar com o que chamou de roubo de empregos norte-americanos por parte da China e reerguer a base industrial do país. Muitos operários ajudaram a garantir sua vitória inesperada em 8 de novembro, e Trump quer lhes mostrar resultados.
Na semana passada o presidente republicano tuitou que os EUA não podem mais tolerar os déficits comerciais e a perda de empregos em larga escala, e que seu encontro com Xi "será muito difícil".
Trump, ex-magnata do setor imobiliário, ainda está se adaptando à nova função e por ora não delineou uma estratégia para o que seus assessores classificam como um relacionamento comercial baseado no "princípio da reciprocidade".
Autoridades da Casa Branca expressaram expectativas baixas para a reunião, dizendo que ela irá criar os fundamentos para acordos futuros.
Líderes trabalhistas dos EUA dizem que Trump tem que adotar um tom direto e explícito nas conversas com Xi.
"O presidente Trump precisa sair dessa reunião com algo concreto que restaure a produção e o emprego aqui nos EUA nos setores que vêm sendo arrasados pelas práticas predatórias e protecionistas da China", disse Holly Hart, diretora legislativa do sindicato United Steelworkers.
O problema mais urgente diante de Trump e Xi é como persuadir a Coreia do Norte, que tem armas nucleares, a evitar gestos imprevisíveis como os testes de lançamento de mísseis que aumentaram as tensões na Coreia do Sul e no Japão.
Trump ameaçou usar o comércio para tentar forçar a China a exercer influência sobre Pyongyang. Pequim afirma que sua influência é limitada e que está fazendo tudo o que pode, mas que cabe a Washington encontrar uma maneira de retomar as conversas com os norte-coreanos.
(Reportagem adicional de David Brunnstrom em Washington, Gui Qing Koh em Nova York, Ben Blanchard em Pequim e William Mallard em Tóquio)