LIMA (Reuters) - O presidente eleito do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, de centro, tem um dos melhores currículos para conduzir a economia do país, muito dependente da mineração, nos mares difíceis do cenário global nos próximos anos.
Ex-executivo em banco de investimentos e ex-economista do Banco Mundial, tendo também atuado como um primeiro-ministro e executivo da indústria mineradora, Kuczynski pretende aumentar o crescimento econômico para 5 por cento ao ano, apesar da queda nas commodities que afetou as cruciais exportações de minerais do Peru.
Mas algumas das propostas econômicas de Kuczynski podem não passar por um Congresso dominado pelo partido de sua rival na disputa presidencial Keiko Fujimori, que tem falado pouco desde que descartou qualquer aliança no discurso amargo em que reconheceu a vitória do novo presidente no mês passado.
Os parlamentares eleitos pela Força Popular, o partido de direita populista de Keiko, que terão 56 assentos no próximo Congresso, dizem que provavelmente votarão contra os planos de Kuczynski de redução dos impostos sobre vendas e concessão de abatimentos a grandes empresas que reinvestirem seus lucros.
"Acho que será impossível aprovar" as reformas fiscais, opinou Freddy Sarmiento, da Força Popular, acrescentando que irá votar contra as propostas por temer que elas aprofundem o déficit orçamentário em benefício das grandes corporações.
Agora a equipe de Kuczynski está suavizando as propostas para torná-las mais palatáveis ao próximo Congresso. Os descontos de impostos se aplicará a empresas de todos os tamanhos, explicou o futuro ministro das Finanças, Alfredo Thorne. O imposto sobre vendas será reduzido em apenas 1 ponto percentual, e novas reduções ficarão sujeitas ao cumprimento de metas.
(Reportagem de Mitra Taj)