Por David Morgan e Sarah N. Lynch
WASHINGTON (Reuters) - Um painel do Congresso dos EUA exigiu nesta segunda-feira documentos sobre quem é quem no mundo de Donald Trump, mirando 81 pessoas, agências governamentais e outros grupos como parte de uma investigação sobre possíveis atos de obstrução de justiça ou abuso de poder.
Membros da família Trump, funcionários atuais e antigos de empresas, membros de campanha eleitoral republicana e ex-assessores da Casa Branca, bem como o FBI, a Casa Branca e o WikiLeaks receberam pedidos para entrega dos documentos solicitados pelo Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados, que é controlada pelos democratas.
O painel da Câmara também citou os filhos do presidente norte-americano, Donald Trump Jr. e Eric Trump, o assessor da Casa Branca e genro de Trump Jared Kushner, o vice-presidente de Finanças das Organizações Trump, Allen Weisselberg, o ex-procurador-geral dos EUA Jeff Sessions e ex-conselheiro da Casa Branca Don McGahn.
"Nós vimos o dano causado às nossas instituições democráticas nos dois anos em que o Congresso se recusou a conduzir uma supervisão responsável", disse o presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jerrold Nadler, em um comunicado. "O Congresso precisa fiscalizar os abusos de poder."
Trump enfrenta investigações de vários comitês do Congresso sobre se sua campanha trabalhou com Moscou para influenciar a eleição de 2016.
Questionado na Casa Branca, se vai cooperar com a investigação de Nadler, Trump respondeu: "Eu coopero o tempo todo com todo mundo."
Um assessor do comitê disse a repórteres que o objetivo imediato é acumular uma grande quantidade de evidências para guiar a investigação. O painel está preparado para usar seu poder de intimação, se necessário, disse o assessor.
Entre os objetivos do painel está determinar se Trump obstruiu a justiça ao destituir supostos inimigos do Departamento de Justiça, como o ex-diretor do FBI James Comey, e abusado de seu poder presidencial ao oferecer perdões ou interferir com testemunhas.
Comey liderava uma investigação sobre as atividades da Rússia na eleição presidencial dos EUA em 2016 e possível conluio com a campanha de Trump quando o presidente norte-americano o demitiu em maio de 2017.
A investigação foi posteriormente assumida pelo conselheiro especial Robert Mueller, que deve encerrar sua investigação e relatar suas descobertas ao procurador-geral William Barr nas próximas semanas.
O Comitê Judiciário também está analisando se Trump usou a Casa Branca para enriquecimento pessoal, violando a Constituição dos EUA.
"A carta do Comitê Judiciário da Câmara foi recebida pela Casa Branca", disse Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca. "O Gabinete do Conselho (da Casa Branca) e autoridades relevantes da Casa Branca vão analisá-la e responder no momento apropriado." A porta-voz do Departamento de Justiça, Kerri Kupec, disse que o departamento recebeu a carta do comitê e está avaliando o pedido.
Os republicanos no Congresso acusam os democratas de perseguirem uma agenda de impeachment como parte de uma estratégia política para reivindicar a Casa Branca na eleição de 2020.
Os democratas dizem que falar em impeachment é prematuro. Eles dizem que o primeiro passo é iniciar investigações adequadas, que estavam faltando nos dois primeiros anos da presidência de Trump, quando seus colegas republicanos controlavam a Câmara dos Deputados.
Nadler disse que Mueller e os promotores que conduzem investigadores no gabinete do procurador de Manhattan estão cientes da ação do comitê.
"Vamos agir rapidamente para coletar essas informações, avaliar as evidências e seguir os fatos onde elas levam com total transparência para com o povo norte-americano", disse Nadler.
Trump afirma que sua campanha não foi conivente com a Rússia e atacou repetidamente a investigação, Mueller e a equipe de Mueller no Twitter.
((Tradução Redação São Paulo; +55 11 56447764))
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