Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - A votação em segundo turno da reforma da Previdência só ocorrerá em agosto, disseram nesta sexta-feira dois líderes que acompanham de perto as negociações.
Segundo essas duas lideranças, que preferiram não serem identificadas, o quórum é um dos fatores determinantes para deixar a segunda rodada de votações para depois do recesso branco.
Um dos motivos para a cautela diz respeito à regra segundo a qual no segundo turno só podem ser apresentadas emendas para suprimir trechos do texto, justamente as que exigem do governo e de parlamentares favoráveis à reforma que garantam um placar de ao menos 308 votos para manter o texto do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).
Os dois parlamentares garantem que o primeiro turno de votação em plenário deve ser concluído nesta sexta. Mas nem mesmo a análise do novo texto na comissão especial tem data definida e dependerá, mais uma vez, de quórum.
Deputados aprovaram, na quarta-feira, o texto principal da reforma com uma larga margem. Mas negociações de última hora, problemas de articulação e adiamentos para evitar derrotas prolongaram a votação em primeiro turno da proposta até esta sexta-feira.
Uma vez encerrado a primeira rodada de análise em plenário, a PEC, que sofreu alterações, precisa voltar à comissão especial. Só depois é que pode ter o segundo turno iniciado, respeitado o prazo de 5 sessões contado a partir do primeiro.
Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que não adianta correr com a reforma da Previdência e colocar em risco sua aprovação em segundo turno. O presidente disse que ainda iria avaliar as perspectivas de quórum com os partidos tanto para o sábado como para a próxima semana, já indicando que a conclusão da tramitação na Casa poderia ficar para agosto.