Moscou, 30 dez (EFE).- O oscarizado Javier Bardem manifestou entusiasmo com a gravação do último filme do cineasta Terrence Malick, ainda sem título e roteiro original, publicou nesta quinta-feira a edição russa da revista "GQ".
"Começo a rodar com Terrence Malick. Não é só um diretor, mas um poeta da cinematografia. As palavras de seu roteiro são extremamente belas. É um humanista. Não posso contar como será o filme porque nem eu mesmo sei", disse o ator em uma entrevista à publicação.
Malick, responsável por "Além da Linha Vermelha" (1998) e "Terra de Ninguém" (1973), chegou a ser considerado por alguns críticos um dos mestres do cinema contemporâneo. Este será seu sexto longa e terá, além de Bardem, Christian Bale, Rachel McAdams e Olga Kurylenko no elenco.
"Malick segue normas pouco ortodoxas. Nos dá um resumo da história e a ação começa com a gravação. Isto é o que me fascina, já que é uma verdadeira aventura", acrescenta o intérprete de 41 anos.
O filme será um drama romântico produzido e financiado por River Road Entertainment, a mesma empresa que investiu em "A Árvore da Vida", o projeto do cineasta que chegará aos cinemas em 2011.
A revista russa dedica a capa de sua primeira edição de 2011 a um sedutor Javier Bardem, considerado "o último macho europeu". No entanto, o artista espanhol se considera a antítese do estereotipado amante latino do cinema americano e diz que odeia a atribuição desse clichê.
"Faz dez anos que eu era um 'latin lover', agora sou uma pessoa séria", comenta o ator.
Para a "GQ", o mais jovem da saga dos Bardem potencializou a imagem de "sex symbol" devido ao romance que manteve com sua esposa, Penélope Cruz, que espera seu primeiro filho.
Bardem ganhou fama nos anos 1990 com títulos como "Jamón, Jamón" (1992) e "Carne Trêmula" (1997), mas no final dessa década começou a perder a imagem de homem viril que projetava nas telas ao interpretar ativistas homossexuais, assassinos e delinquentes agônicos.
Após estes papéis deu o salto para Hollywood e se tornou o primeiro espanhol a ser indicado ao Oscar, por "Antes do Anoitecer" (2000).
"Lembro-me dos outros quatro candidatos e quando tiraram uma foto nossa. Três dos meus colegas de Hollywood foram muito educados comigo, mas o outro se comportou como um perfeito imbecil", afirma.
O ator não revelou o nome desse concorrente, mas a revista se aventura a assinalar o polêmico Russell Crowe, nomeado na categoria de Melhor Ator por "Gladiador" (2000).
Sete anos mais tarde, Bardem foi o primeiro ator espanhol a ganhar a estatueta dourada, por seu papel em "Onde os Fracos Não Têm Vez".
"Fico contente que não tenham me dado o (primeiro) Oscar. Teria sido demais para alguém que começava e teria me deixado à deriva", acrescentou. EFE