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Desafios EUA-China superam era da Guerra Fria, diz vice-secretário de Estado

Publicado 18.09.2024, 15:59

O vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell, enfatizou que os desafios apresentados pela China aos Estados Unidos são mais complexos e maiores do que os da era da Guerra Fria. Durante uma audiência com o Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes na quarta-feira, Campbell destacou a natureza multifacetada da ameaça, incluindo aspectos militares, tecnológicos e de influência global.

As observações de Campbell surgem em um momento em que a administração Biden esclareceu que não busca uma nova guerra fria com a China. No entanto, a comparação com a Guerra Fria tem sido feita por analistas e membros do Congresso dos EUA devido à crescente competição global entre as duas nações. O vice-secretário de Estado ressaltou que os desafios da China se estendem além do militar, alcançando o Sul Global e os setores de tecnologia.

A administração dos EUA está focada em manter uma abordagem bipartidária em relação à China, com Campbell defendendo um aumento na velocidade da construção naval e o aprimoramento da capacidade da base de fabricação de defesa dos EUA. Ele sublinhou a importância desta iniciativa, particularmente na próxima década, para acompanhar o cenário de segurança global em evolução.

O presidente Joe Biden se comprometeu a impedir que a China ultrapasse os Estados Unidos como líder global. Este compromisso é desafiado por crises externas, como a guerra na Ucrânia e o conflito Israel-Gaza, que desviaram a atenção do foco da administração na China e no Indo-Pacífico.

A relação entre China e Rússia também tem sido um ponto de preocupação para os EUA. Em maio, o líder chinês Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin declararam uma "nova era" de parceria, posicionando os EUA como um antagonista da Guerra Fria.

Campbell revelou que a China tem fornecido apoio substancial à indústria de defesa da Rússia, incluindo atividade de drones na Ucrânia, com líderes chineses de alto nível diretamente envolvidos.

Sobre o tema da cooperação em defesa, Campbell abordou o projeto de defesa AUKUS com a Austrália e a Grã-Bretanha, discutindo a necessidade de flexibilizar as restrições dos EUA sobre o compartilhamento de tecnologia.

Ele esclareceu que a chamada lista de tecnologias excluídas não proíbe o compartilhamento de tecnologias específicas, mas exige uma revisão caso a caso, enfatizando a necessidade de o processo ser prático para os planejadores de defesa.

Olhando para o futuro, o presidente Biden está programado para sediar uma cúpula dos países do Quad - Austrália, Índia, Japão e Estados Unidos - no sábado. Campbell adiantou "grandes anúncios" na cúpula, visando auxiliar as nações do Pacífico e do Sudeste Asiático no rastreamento de frotas de pesca ilegal, predominantemente chinesas.

Além disso, a cúpula explorará uma cooperação de segurança intensificada no Oceano Índico, com o Almirante Samuel Paparo, Comandante do Indo-Pacífico dos EUA, encarregado de integrar estratégias militares e de segurança nacionais na região. Campbell descreveu esta iniciativa como uma nova fronteira, especialmente em parceria com a Índia.

A Reuters contribuiu para este artigo.


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