NOVA DELI (Reuters) - A taxa de crescimento da Índia vai desacelerar em até meio ponto percentual, devido à decisão do governo de tirar de circulação notas de alto valor, afirmou nesta terça-feira o conselheiro-chefe de economia do Ministério das Finanças, Arvind Subramanian, desafiando estimativas independentes de um impacto muito maior.
Subramanian rejeitou a opinião do Fundo Monetário Internacional, onde trabalhava, de que o crescimento seria reduzido em um ponto percentual pela decisão do primeiro-ministro, Narendra Modi, em novembro, de retirar 86 por cento do dinheiro em circulação.
Modi lançou a campanha de desmonetização para expor a riqueza não tributada e os produtos do crime e da corrupção. No entanto, a medida --sem precedentes em uma democracia estável, moderna e em tempos de paz-- causou uma enorme perturbação na vida diária e empresarial da terceira maior economia da Ásia.
A medida também complicará a aritmética fiscal no quarto orçamento anual do ministro das Finanças, Arun Jaitley, que vai apresentá-lo ao parlamento na quarta-feira.
Apresentando a pesquisa econômica pré-orçamentária da Índia, que combina análises e previsões com um olhar mais amplo sobre questões políticas, Subramanian chamou a desmonetização de uma "medida radical de engenharia de governança e social"
Ele também reafirmou que o aperto monetário foi "menos severo do que é comumente percebido".
(Por Rajesh Kumar Singh e Manoj Kumar)