Bitcoin em queda após liquidação bilionária no mercado
Investing.com – Os índices futuros das bolsas norte-americanas operam perto da estabilidade nesta quarta-feira, refletindo cautela dos investidores antes do anúncio decisivo de política monetária do Federal Reserve. O consenso é que haverá corte na taxa de juros, mas o tamanho do ajuste e a sinalização futura permanecem em aberto.
No Brasil, os investidores também aguardam sinalizações dos próximos passos da política monetária, com expectativa de manutenção da taxa básica de juro hoje. Teremos ainda na agenda novos dados de inflação.
1. Futuros estáveis em Wall Street
Os contratos futuros de ações dos Estados Unidos mostravam pouca oscilação pela manhã, em compasso de espera pela decisão do Fed.
Às 7 h de Brasília, o contrato futuro do Dow Jones, assim como os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100, registravam leves variações. O Nasdaq 100 avançava 19 pontos, ou 0,1%.
Na véspera, os principais índices de Wall Street fecharam em queda, enquanto o dólar americano recuou para a mínima de 52 semanas, reforçando a postura defensiva antes da decisão do banco central.
Entre os destaques individuais, Nvidia (NASDAQ:NVDA) caiu após relatos de que a procura pelo novo chip de inteligência artificial na China estaria abaixo do esperado. Já Oracle (NYSE:ORCL) avançou diante de rumores de participação em um consórcio de investimento que, dentro de um arranjo entre EUA e China, permitiria a continuidade da operação americana do TikTok.
2. Dia de decisão do Fed
O Federal Reserve encerra hoje sua reunião de dois dias, e a expectativa dominante é de redução de juros. O corte de 25 pontos-base é visto como o cenário-base, a partir do intervalo atual de 4,25% a 4,5%. Ainda assim, parte do mercado considera possível um ajuste mais agressivo, de 50 pontos-base.
As apostas se apoiam em sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho, que prevalecem sobre indícios de inflação ainda resistente. Em tese, cortes de juros podem incentivar investimentos e contratações, embora tragam riscos de maior pressão inflacionária.
O mercado aguarda com atenção a avaliação do presidente Jerome Powell sobre emprego e inflação, considerando as tensões no duplo mandato do Fed: maximizar o nível de atividade e assegurar estabilidade de preços.
Além do comunicado oficial e da coletiva de Powell, será publicado o conjunto atualizado de projeções dos dirigentes para as taxas de juros nos próximos meses, o chamado “dot plot”, referência para as expectativas do mercado.
Em relatório, analistas do ING destacaram: “A inflação segue acima da meta e tarifas comerciais tendem a manter esse quadro no curto prazo, mas o balanço de riscos aponta para a necessidade de mais estímulos à economia”.
3. Mercado aguarda sinalização do Copom
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a Selic em 15% ao ano hoje, maior nível em quase duas décadas, reforçando a estratégia do banco central de conter pressões inflacionárias, mesmo diante do custo elevado para a atividade econômica.
O mercado espera estabilidade da taxa neste ano, com início dos cortes apenas no primeiro trimestre de 2026, salvo melhora expressiva do câmbio ou desaceleração mais forte da economia.
Apesar de algum alívio recente nas expectativas de inflação, elas seguem acima da meta de 3% no horizonte relevante, o que, somado a desequilíbrios fiscais e ao descompasso entre governo e BC, mantém o ambiente desafiador.
Economistas apontam que o juro alto já gera moderação no crescimento e deve afetar mais intensamente o emprego nos próximos trimestres, em meio a um cenário externo incerto.
4. IGP-10 de setembro
Os investidores também devem repercutir os dados de inflação no Brasil medidos pelo IGP-10, da Fundação Getulio Vargas, que apura a elevação de preços ao produtor e ao consumidor entre os dias 11 de agosto e 10 deste mês.
Em relatório recém-divulgado, o indicador registrou alta de 0,21% em setembro, após registrar avanço de 0,16% em agosto. Com esse resultado, o índice acumula queda de 1,06% no ano e alta de 2,88% nos últimos 12 meses. Em setembro de 2024, o IGP-10 havia subido 0,18% no mês e apresentava alta acumulada de 4,25% em 12 meses.
5. Ouro recua
O ouro recuava nesta manhã, devolvendo parte das máximas históricas registradas no pregão anterior, em compasso de espera pela decisão do Fed e pelas sinalizações futuras de política monetária.
No momento da redação, o ouro à vista caía 0,6%, cotado a US$ 3.667,61 por onça, após ter alcançado o recorde de US$ 3.702,95 na terça-feira. Os contratos futuros de dezembro recuavam 0,6%, a US$ 3.704,20 por onça.
Paralelamente, o petróleo devolvia parte da valorização anterior, pressionado pelas incertezas em torno da produção russa. Na terça-feira, os benchmarks haviam subido mais de 1% e atingido máximas de duas semanas, após novos ataques de drones ucranianos a portos de exportação e refinarias na Rússia.