SÃO PAULO (Reuters) - O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, evitou nesta segunda-feira indicar se o governo precisará congelar mais uma parcela do Orçamento de 2024, além dos 15 bilhões de reais já anunciados, para cumprir a meta de resultado primário zero para o ano.
Questionado sobre se um congelamento adicional será necessário, como defende parte do mercado financeiro, Ceron limitou-se a dizer que houve um avanço no nível das discussões sobre a meta fiscal desde o início do ano.
“Estamos em outro patamar de discussão. Já não se discute se é impossível o cumprimento da meta. Agora, (fala-se que) talvez seja preciso de mais 15 bilhões, dependendo da estimativa de mercado”, comentou Ceron em entrevista à CNN. “A discussão é sobre o quão próximo estamos do cumprimento desta meta.”
Na semana passada o governo confirmou a necessidade de uma contenção de 15 bilhões de reais em verbas de ministérios para levar a projeção de déficit primário do governo central em 2024 a 28,8 bilhões de reais, exatamente o limite inferior da margem de tolerância da meta de déficit zero.
Nesta segunda-feira, Ceron também evitou indicar onde serão realizados os congelamentos de 15 bilhões de reais. Segundo ele, na terça-feira ocorrerá o detalhamento de como cada órgão público será afetado.
(Reportagem de Fabrício de Castro)