BRASÍLIA (Reuters) - É saudável que o Banco Central seja cauteloso na política monetária e volte a cortar a taxa básica de juros quando as expectativas de inflação estiverem ancoradas, disse nesta quarta-feira o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, ressaltando que a retomada do relaxamento monetário não pode ser forçada.
Em entrevista ao site Metrópoles, Ceron destacou medidas de consolidação fiscal promovidas pela equipe econômica e disse que o governo continuará trabalhando para apoiar o BC nas decisões de política monetária.
“É saudável que o Banco Central é sempre zeloso fazendo seu trabalho e vai olhar para o horizonte futuro tentando ancorar as expectativas e, assim que elas estiverem ancoradas, voltar a um processo de relaxamento monetário, voltar a reduzir a taxa Selic”, disse.
O Comitê de Política Monetária (Copom) decide nesta quarta-feira o patamar da taxa básica de juros no país, atualmente estacionada em 10,50% ao ano em meio a incertezas internacionais e domésticas. A expectativa de economistas é de manutenção da taxa.
"Todos querem a menor taxa de juros possível, mas ela precisa ser feita de forma sustentada, nós não podemos forçar algo que depois não seja perene, é importante que o país continue desse jeito: crescendo bem, com desemprego baixo, com inflação baixa, e assim as coisas vão caminhando bem", afirmou.
"Vamos continuar trabalhando sério para garantir, para apoiar o Banco Central nesse trabalho de reduzir a taxa de juros."
Para Ceron, apesar das incertezas que precisam ser analisadas pelo BC, o país está em seu melhor momento quando se observa a inflação, que está controlada em relação a padrões históricos.
(Por Bernardo Caram)