Por Mateus Maia
BRASÍLIA (Reuters) - O secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, ressaltou nesta terça-feira a importância da reforma da Previdência para melhorar as finanças de Estados e municípios.
Perguntado se vê espaço para mudanças no texto enviado à Câmara dos Deputados, Marinho explicou que todos sabem das dificuldades financeiras que os entes federativos enfrentam por conta da questão previdenciária.
"Todo temos consciência, tanto parlamentares quanto o governo, da fragilidade da situação econômica não só do governo federal, mas como dos governos estaduais e municipais", disse, após reunião com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Presente à reunião, o presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), sinalizou apoio da bancada à aprovação da reforma.
"Eu não poderia precisar qualquer valor numérico... mas a frente parlamentar, conceitualmente, é a favor da reforma da Previdência. Por conseguinte, aqueles que estão associados e que têm o mesmo objetivo, nossa massacradora maioria votará conosco", disse Alceu Moreira. A FPA conta com 233 parlamentares, sendo 32 senadores e 201 deputados.
O ministro da economia, Paulo Guedes, disse que o piso para a economia esperada com a reforma é de 1 trilhão de reais, sendo que a expectativa de economia do projeto em 10 anos é de 1,07 trilhão, o que não deixaria muito espaço para negociação.
Questionado sobre se as mudanças demandadas pelas bancadas da Câmara fariam com que a economia furasse esse limite, Marinho disse que não sabe, ressaltando que tem pedido aos parlamentares ficarem atentos a esse aspecto.
“O que nós estamos pedindo como governo ao Parlamento é que leve em consideração que qualquer modificação, qualquer modificação tem impacto fiscal e por via de consequência tem alguma situação que pode significar que menos recursos serão disponibilizados no futuro para ações essenciais que estão sendo demandadas pela sociedade”, disse após encontro com a bancada do PSDB na Câmara.
Marinho, ressaltou, no entanto, que os parlamentares têm autonomia para alterar o texto enviado.
“Nós sabemos que o Congresso tem autonomia e a competência para se debruçar sobre o projeto e fazer as alterações, os aperfeiçoamentos que ele achar adequado.”
Após extensa agenda nesta terça-feira de reuniões com parlamentares, Marinho explicou que “é uma escolha que o Parlamento fará”, apesar do risco de a economia com o texto ficar abaixo do desejado pela equipe econômica.